
Por Nandita Bose e Idrees Ali
WASHINGTON, 4 Set (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja assinar um decreto na sexta-feira para renomear o Departamento de Defesa como "Departamento de Guerra", disse uma autoridade da Casa Branca nesta quinta-feira.
O decreto autorizaria o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o Departamento de Defesa e funcionários subordinados a usar títulos secundários como "secretário de Guerra", "Departamento de Guerra" e "Secretário Adjunto de Guerra" em correspondências oficiais e comunicações públicas, de acordo com um informativo da Casa Branca.
A medida, que colocaria a marca de Trump na maior organização do governo e provavelmente custaria centenas de milhões de dólares, instruiria Hegseth a recomendar ações legislativas e executivas necessárias para tornar a mudança de nome permanente.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump decidiu renomear uma série de lugares e instituições, incluindo o Golfo do México, e restaurar os nomes originais das bases militares que foram alterados após protestos contra a justiça racial.
As mudanças de nomes de departamentos são raras e requerem aprovação do Congresso, mas os pares republicanos de Trump detêm uma pequena maioria no Senado e na Câmara dos Deputados, e os líderes do partido no Congresso têm demonstrado pouco apetite para se opor a qualquer uma das iniciativas de Trump.
O Departamento de Defesa dos EUA era chamado de Departamento de Guerra até 1949, quando o Congresso consolidou o Exército, a Marinha e a Força Aérea após a Segunda Guerra Mundial. O nome foi escolhido em parte para indicar que, na era nuclear, os EUA estavam concentrados na prevenção de guerras, de acordo com historiadores.
Mudar o nome novamente será caro e exigirá a atualização de placas e papéis timbrados usados não apenas por funcionários do Pentágono em Washington, mas também por instalações militares em todo o mundo.
Um esforço do ex-presidente Joe Biden para renomear nove bases que homenageavam a Confederação e os líderes confederados tinha previsão de custar US$39 milhões ao Exército. Esse esforço foi revertido por Hegseth no início deste ano.
HÁ MUITO TEMPO EM CONSTRUÇÃO
Os críticos disseram que a mudança de nome planejada não é apenas cara, mas também uma distração desnecessária para o Pentágono.
Hegseth disse que mudar o nome "não se trata apenas de palavras - trata-se do ethos do guerreiro".
Este ano, um dos aliados mais próximos de Trump no Congresso, o presidente do Comitê de Supervisão da Câmara dos Deputados dos EUA, o republicano James Comer, apresentou um projeto de lei que tornaria mais fácil para um presidente reorganizar e renomear agências.
"Nós vamos simplesmente fazer isso. Tenho certeza de que o Congresso concordará se precisarmos disso... Defesa é muito defensivo. Queremos ser defensivos, mas também queremos ser ofensivos, se for necessário", disse Trump no mês passado.
Trump também mencionou a possibilidade de uma mudança de nome em junho, quando sugeriu que o nome foi originalmente alterado para ser "politicamente correto".
Mas para alguns membros do governo Trump, o esforço é muito mais antigo.
Durante o primeiro mandato de Trump, o atual diretor do FBI, Kash Patel, que esteve brevemente no Pentágono, tinha uma assinatura em seus emails que dizia: "Chefe de gabinete do secretário de Defesa e do Departamento de Guerra".
"Eu vejo isso como um tributo à história e ao patrimônio do Departamento de Defesa", disse Patel à Reuters em 2021.
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC