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Autoridade dos Emirados Árabes Unidos adverte que planos de assentamento na Cisjordânia são "linha vermelha" para Abu Dhabi

Reuters3 de set de 2025 às 11:30

Por Maha El Dahan

- Os Emirados Árabes Unidos advertiram Israel na quarta-feira que qualquer anexação da Cisjordânia constituiria uma linha vermelha para Abu Dhabi que prejudicaria gravemente o espírito dos Acordos de Abraão que normalizaram as relações entre os dois países.

"Desde o início, consideramos os Acordos como uma forma de permitir nosso apoio contínuo ao povo palestino e sua aspiração legítima por um Estado independente", disse à Reuters Lana Nusseibeh, ministra assistente para assuntos políticos e enviada do ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos.

"Essa era a nossa posição em 2020 e continua sendo a nossa posição hoje."

Os comentários marcaram a crítica mais forte dos Emirados Árabes Unidos à conduta de Israel desde o início da guerra de Gaza em 2023.

Em agosto, o ministro das Finanças israelense de extrema-direita, Bezalel Smotrich, anunciou que o trabalho começaria em um assentamento há muito adiado que dividiria a Cisjordânia e a separaria de Jerusalém Oriental, uma medida que, segundo seu gabinete, "enterraria" a ideia de um Estado palestino.

O governo palestino, seus aliados e grupos ativistas condenaram o projeto, chamando-o de ilegal e afirmando que a fragmentação do território acabaria com qualquer plano de paz para a região.

"Pedimos ao governo israelense que suspenda esses planos. Não se pode permitir que extremistas, de qualquer tipo, ditem a trajetória da região. A paz exige coragem, persistência e a recusa em permitir que a violência defina nossas escolhas", disse Nusseibeh.

Os Acordos de Abraão, assinados durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, fizeram com que Emirados Árabes Unidos, Barein e Marrocos normalizassem as relações diplomáticas com Israel após a mediação dos EUA.

Trump esperava que pudesse persuadir a Arábia Saudita, um país regional profundamente influente que abriga alguns dos locais mais sagrados do Islã, a também normalizar os laços com Israel e aliviar seu isolamento na região.

Mas a guerra de Israel em Gaza, que matou dezenas de milhares de palestinos, demoliu o enclave e criou um desastre humanitário, desviou a atenção dos esforços de Trump.

O gabinete do primeiro-ministro israelense não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as falas dos Emirados Árabes Unidos.

((Tradução Redação São Paulo))

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