Por Ted Hesson
WASHINGTON, 31 Ago (Reuters) - Um impasse político sobre o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reprimir crime e imigração ilegal em Chicago se intensificou neste domingo, quando um autoridade de alto escalão do governo prometeu enviar mais agentes federais e o governador democrata de Illinois retratou Trump como uma ameaça à democracia.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, disse ao programa "Face the Nation", da CBS News, que as operações do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) em Chicago e em outras partes do país serão reforçadas, mas não deu detalhes. Noem disse que Trump tomará qualquer decisão de enviar tropas da Guarda Nacional.
Números da cidade mostram que a maioria das categorias de crimes violentos caiu este ano.
No mesmo programa, o governador de Illinois, J.B. Pritzker, disse que Trump quer enviar tropas para que possa interromper ou manipular as eleições de meio de mandato nos EUA em 2026.
"Ele gostaria de interromper as eleições em 2026 ou, francamente, assumir o controle dessas eleições", disse Pritzker. "Ele simplesmente alegará que há algum problema com a eleição e, então, terá tropas em campo que poderão assumir o controle."
A porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, criticou Pritzker por não fazer mais para lidar com o crime.
"Os moradores de Chicago estariam muito mais seguros se Pritzker realmente fizesse seu trabalho e resolvesse o problema da criminalidade, em vez de tentar ser um herói da resistência", disse Jackson em um comunicado.
Trump e as principais autoridades disseram na semana passada que Chicago será em breve um alvo dos esforços do presidente republicano para combater o crime e a imigração ilegal. Durante anos, Trump criticou a criminalidade em Chicago, um reduto democrata.
No início deste mês, Trump deu início a uma campanha agressiva de segurança pública em Washington, D.C., enviando tropas da Guarda Nacional, enchendo as ruas de policiais federais e federalizando o departamento de polícia da cidade. Essa campanha gerou resistência política e comunitária em D.C., um distrito federal onde Trump exerce um poder excepcional.
O prefeito de Chicago, Brandon Johnson, um democrata, emitiu uma decreto no sábado que diz que a polícia local não ajudará a Guarda Nacional ou outras operações federais.
A Reuters informou anteriormente que quando Trump iniciou a campanha de enviar a Guarda Nacional e os fuzileiros navais para as cidades norte-americanas, os líderes militares questionaram, em particular, se as tropas haviam recebido treinamento adequado e alertaram sobre os riscos "sociais, políticos e operacionais de longo alcance".
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))
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