
30 Ago (Reuters) - O senador norte-americano Bernie Sanders pediu neste sábado que o secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., renuncie, dias depois que uma funcionária de alto escalão da saúde pública do país foi demitida e outros quatro renunciaram em disputas sobre a oposição de Kennedy às vacinas.
Sanders, um senador independente de Vermont que faz parte do grupo dos democratas, escreveu em um artigo para o jornal New York Times que Kennedy está "colocando em risco a saúde do povo norte-americano agora e no futuro".
Esta semana, Kennedy demitiu a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Susan Monarez, com menos de um mês de mandato, aprofundando a desordem na principal agência de saúde pública do país. Monarez havia se recusado a adotar novas limitações sobre a disponibilidade de algumas vacinas solicitadas por Kennedy, dizendo que elas vão contra evidências científicas.
Quatro outros altos funcionários do CDC pediram demissão em protesto, citando as políticas antivacina e a desinformação promovida por Kennedy e sua equipe; centenas de seus pares saíram da sede do CDC em Atlanta em apoio aos líderes que estavam sendo demitidos ou renunciando.
Sanders, membro graduado do comitê de saúde do Senado e oponente da confirmação de Kennedy no início deste ano, escreveu que Kennedy demitiu Monarez porque ela se recusou a "agir como um carimbo para suas políticas perigosas".
"Apesar da oposição esmagadora da comunidade médica, o Secretário Kennedy continuou sua cruzada de longa data contra as vacinas e sua defesa de teorias da conspiração que foram rejeitadas repetidamente por especialistas científicos", escreveu Sanders. Ele disse que as vacinas contra doenças como a poliomielite e a Covid-19 salvaram centenas de milhões de vidas em todo o mundo.
Um porta-voz de Kennedy não respondeu a um pedido de comentário.
Kennedy, um advogado e proeminente crítico das vacinas, fez uma campanha sem sucesso para a presidência dos EUA no ano passado. Ele defende alimentação saudável, alimentos naturais e exercícios, mas também compartilha com frequência teorias sobre vacinas e outras questões médicas que, segundo muitos médicos e cientistas, são infundadas e provenientes de uma terorias conspiratórias.
O presidente dos EUA, Donald Trump, um republicano, indicou Kennedy para ser o secretário de saúde no início deste ano e ele tomou posse em fevereiro. Kennedy enfatizou em uma audiência no Congresso, em maio, que não achava que os norte-americanos deveriam receber conselhos médicos dele.
(Por Jonathan Allen)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))
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