Por Jarrett Renshaw
27 Ago (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que o financista bilionário e grande doador para o Partido Democrata George Soros e seu filho deveriam ser acusados de acordo com a Lei de Organizações Corruptas Influenciadas por Extorsão (Rico, na sigla em inglês), embora não tenha apresentado nenhuma evidência para apoiar as alegações.
Trump embarcou em uma campanha de ameaças e ações judiciais contra adversários políticos, organizações de notícias e escritórios de advocacia, usando uma mistura de litígio, poder executivo e sua influência no que os aliados descrevem como um esforço para responsabilizar os poderosos e os oponentes chamam de um ataque assustador à dissidência.
Soros, um sobrevivente do Holocausto de 95 anos, há muito tempo é considerado um vilão por Trump e sua base conservadora. Sua organização filantrópica, a Open Society Foundations, é uma das maiores financiadoras de causas do mundo, incluindo direitos humanos, transparência governamental, saúde pública e educação.
"George Soros e seu maravilhoso filho da esquerda radical deveriam ser acusados pela Rico por causa de seu apoio a protestos violentos, e muito mais, em todos os Estados Unidos da América", escreveu Trump em uma postagem no Truth Social. "Isso inclui seus amigos malucos da Costa Oeste. Tomem cuidado, estamos de olho em vocês!"
Trump não forneceu provas de irregularidades cometidas por Soros ou seu filho para apoiar suas alegações.
Um porta-voz da Open Society Foundations denunciou os comentários de Trump.
"Essas acusações são ultrajantes e falsas. A Open Society Foundations não apoia nem financia protestos violentos", disse o porta-voz. "Nossa missão é promover os direitos humanos, a justiça e os princípios democráticos em casa e em todo o mundo."
Trump também pediu investigações sobre o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton, que rompeu com ele depois de deixar a Casa Branca e tem sido um oponente persistente.
Agentes do FBI revistaram a casa de Bolton na sexta-feira como parte de uma investigação de segurança nacional, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
Trump reviveu os ataques a outros ex-aliados, sugerindo recentemente que os promotores deveriam reabrir o caso "Bridgegate" de 2013 envolvendo o ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, agora um crítico veemente do presidente.
(Reportagem de Jarrett Renshaw e Katharine Jackson)
((Tradução Redação São Paulo))
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