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Estrelas e geopolítica dividem holofotes no Festival de Cinema de Veneza

Reuters26 de ago de 2025 às 14:16

Por Hanna Rantala e Crispian Balmer

- O Festival de Cinema de Veneza começa na quarta-feira, atraindo estrelas de Hollywood, autores europeus e mestres asiáticos, além de uma forte dose de tensão política, com a guerra de Israel em Gaza lançando uma sombra sobre o evento.

O festival de 11 dias dá o pontapé inicial para a temporada de premiações. Os filmes que estrearam em Veneza nos últimos quatro anos receberam mais de 90 indicações ao Oscar e ganharam quase 20, o que o torna importante atrativo para atores, produtores e diretores.

Entre as celebridades esperadas no tapete vermelho estão Julia Roberts, Emma Stone, George Clooney, Dwayne Johnson, Emily Blunt, Andrew Garfield, Oscar Isaac e Amanda Seyfried, enquanto a programação inclui thrillers psicológicos, dramas de arte, documentários e produções chamativas apoiadas por estúdios.

A celebração do cinema também está se chocando com a geopolítica.

Um coletivo de personalidades do setor cinematográfico, o Venice4Palestine, instou o festival a assumir uma posição firme em relação à guerra em Gaza, pedindo aos organizadores que promovam as vozes palestinas e denunciem as ações israelenses em Gaza.

O apelo foi assinado por mais de 1.500 pessoas, incluindo diretores como Ken Loach e Matteo Garrone, e os atores Toni Servillo, Charles Dance e Alba Rohrwacher.

O diretor do festival, Alberto Barbera, disse à Reuters nesta terça-feira que Veneza saúda o debate aberto, mas rejeitou os pedidos para que os cineastas e atores israelenses fossem impedidos de entrar no Lido, a fina ilha-barreira a uma curta viagem de barco da cidade principal que sedia o festival.

"Não boicotamos ninguém, é claro, e estamos abertos a todos os discursos possíveis sobre a situação contemporânea, que é a maneira de entender melhor como resolver essa enorme massa de problemas que temos de enfrentar todos os dias", afirmou ele.

GAROTA PALESTINA

Um dos filmes da competição principal aborda a guerra em Gaza de frente.

"The Voice of Hind Rajab", dirigido por Kaouther Ben Hania, da Tunísia, conta a história real de uma menina palestina de 5 anos que foi morta no território em 2024, depois de ficar presa por horas em um veículo que foi alvo das forças israelenses.

"Acho que esse é um dos filmes que causará a maior impressão", previu Barbera no mês passado.

A política internacional e as intrigas globais têm grande destaque na 82ª edição do festival de cinema mais antigo do mundo.

A diretora Kathryn Bigelow estreará seu thriller nuclear "A House of Dynamite" no Lido, enquanto Olivier Assayas apresentará "The Wizard of the Kremlin", que analisa a ascensão de Vladimir Putin, com Jude Law interpretando o líder russo.

"É o retorno de um cinema de realidade, a sensibilidade dos cineastas, que investiram muito na reflexão sobre os principais problemas de nosso mundo contemporâneo", disse Barbera.

O júri principal é presidido pelo diretor norte-americano Alexander Payne, acompanhado pelos pares cineastas Stéphane Brizé, Maura Delpero, Cristian Mungiu e Mohammad Rasoulof, além das atrizes Fernanda Torres e Zhao Tao.

((Tradução Redação São Paulo))

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