WASHINGTON, 21 Ago (Reuters) - A administração Trump encerrou na quinta-feira um subsídio para um programa na Califórnia voltado à prevenção da gravidez na adolescência e de infecções sexualmente transmissíveis na infância, alegando que o Estado se recusou a remover a "ideologia de gênero radical" do currículo.
O Programa de Educação de Responsabilidade Pessoal educa os jovens sobre abstinência e contracepção para evitar a gravidez e as infecções sexualmente transmissíveis, com foco especial em crianças sem-teto ou que vivem em lares adotivos ou em áreas com altas taxas de natalidade entre adolescentes.
O valor do subsídio era de US$12 milhões, segundo Andrew Gradison, secretário assistente interino do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
"Se vocês continuarem a impor uma ideologia radical às nossas crianças, não pagaremos mais por isso", disse ele à Fox & Friends, afirmando que o programa incluía "ideologia de gênero radical", sem fornecer detalhes.
Gradison informou que seu departamento está quase concluindo uma revisão do currículo de cada Estado, acrescentando que, até o início da próxima semana, cerca de 40 deles devem ser notificados para mudarem seu currículo ou sofrerão as mesmas consequências.
Essa é a última investida do governo Trump na luta contra os direitos dos transgêneros e contra o Estado da Califórnia, liderado pelo governador democrata Gavin Newsom. Representantes do gabinete de Newsom não puderam ser contatados imediatamente.
A Casa Branca disse em um comunicado nesta quinta-feira que o presidente dos EUA, Donald Trump, está comprometido em "proteger os alunos da doutrinação" e capacitar os pais.
"As escolas da Califórnia se tornaram focos de ideologia de esquerda e foram mantidas reféns da liderança liberal fracassada de Gavin Newsom e dos sindicatos de professores que são donos do Partido Democrata", afirmou.
Antes do anúncio, Trump afirmou nas redes sociais que qualquer distrito escolar da Califórnia que não aderir às políticas transgênero de seu governo não receberá financiamento federal, mas não deu outros detalhes.
As escolas dos EUA recebem a grande maioria de seus recursos por meio de fontes locais e estaduais, mas também recebem algum dinheiro do governo federal.
O governo de Trump processou a Califórnia em julho por causa de sua política que permitia que atletas transgêneros competissem em esportes escolares femininos, alegando que era uma violação das leis federais antidiscriminação.
Em fevereiro, o presidente republicano assinou uma diretriz para retirar o financiamento federal de qualquer escola que permita que mulheres ou meninas transgêneros participem de esportes femininos.
(Reportagem de Susan Heavey em Washington, reportagem adicional de Brendan O'Brien em Chicago e Gursimran Kaur em Bengaluru)
((Tradução Redação Brasília))
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