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Impacto econômico de tarifas será fundamental para nota de crédito dos EUA, diz analista da S&P

Reuters21 de ago de 2025 às 14:54

Por Davide Barbuscia

- A decisão da S&P Global Ratings de manter sua nota de crédito para os Estados Unidos levou em conta as receitas tarifárias, mas ainda há dúvidas sobre o impacto econômico das políticas comerciais do país, que podem influenciar a classificação nos próximos anos, disse uma analista da agência.

Na segunda-feira, a S&P reafirmou sua nota de crédito "AA+" para a maior economia do mundo, dizendo que a receita das tarifas do presidente Donald Trump tem o potencial de compensar o impacto fiscal de sua enorme lei de corte de impostos.

A S&P, que se tornou a primeira agência de classificação de risco a cortar a nota máxima do governo dos EUA em 2011, disse que a perspectiva da recomendação dos EUA permanece estável.

Lisa Schineller, principal analista dos EUA na S&P Global Ratings, disse que a execução e os efeitos das políticas comerciais e orçamentárias serão decisivos para as futuras classificações.

"Os resultados de como a legislação orçamentária é executada, como a receita tarifária é obtida, seu impacto combinado sobre o crescimento e o investimento que leva a resultados fiscais melhores ou piores ou semelhantes, esse é o nosso foco", disse ela em uma entrevista à Reuters.

Analistas independentes afirmaram que o projeto de lei que Trump sancionou no mês passado poderia acrescentar US$3,3 trilhões à dívida do país na próxima década.

Schineller disse que o horizonte de previsão da S&P ao avaliar a qualidade de crédito dos EUA é de cerca de três ou quatro anos.

Embora não espere que a lei de corte de impostos reduza o déficit orçamentário dos EUA, ela disse que as receitas tarifárias esperadas nesse horizonte compensariam - até certo ponto - o impacto da legislação.

"É uma compensação potencialmente importante", disse Schineller.

Os EUA relataram um salto de US$21 bilhões nas cobranças de tarifas alfandegárias em julho, mas o déficit orçamentário do governo ainda cresceu quase 20% durante esse mês, chegando a US$291 bilhões. A dívida nacional dos EUA ultrapassou o recorde de US$37 trilhões na semana passada.

Em maio, a agência Moody's rebaixou a nota do crédito soberano dos EUA em um nível, citando o aumento dos níveis de endividamento e retirando do país sua recomendação máxima "AAA".

Isso se seguiu a um rebaixamento em 2023 pela rival Fitch, que apontou a deterioração fiscal esperada e as repetidas negociações do teto da dívida.

((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075))

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