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CHECAGEM DE FATOS-Vídeo em que Lula diz que não cumprimentou Trump é anterior a aumento de tarifas

Reuters19 de ago de 2025 às 12:16

Por Reuters Fact Check

Um vídeo em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que não cumprimentou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é de abril deste ano, mas posts nas redes sociais associam o registro à crise decorrente do anúncio, em julho, do aumento das tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros.

“Ué? Ele disse que quando encontrasse o presidente americano ia dar uma lição de moral nele”, diz a legenda das postagens, que circulam no Instagram. “Presta atenção, ia dar uma lição no Trump”, afirma um homem nas imagens.

No registro, Lula diz: “Não cumprimentei porque eu estava conversando com o meu pessoal sobre a questão da segurança na saída e estava uma confusão muito grande. Eu não cumprimentei, eu não vi o Trump”.

O vídeo foi amplamente veiculado pela imprensa em 26 de abril e mostra uma entrevista de Lula na saída do sepultamento do papa Francisco, em Roma. O presidente havia respondido a uma pergunta sobre a guerra na Ucrânia e, na sequência, foi questionado se tinha cumprimentado Trump.

Trata-se, portanto, de um registro anterior às atuais tensões entre o Brasil e os EUA, que se intensificaram após o governo norte-americano anunciar, em 9 de julho, a imposição de uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros e vinculá-la ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. As taxas entraram em vigor no dia 6.

A Reuters não localizou nenhuma declaração de Lula afirmando que daria uma “lição de moral” em Trump.

No mês passado, o presidente disse, em referência a Trump, que “nós não aceitamos que venham nos dar lição, conselho a gente até aceita, mas lição nós não aceitamos”.

Os dois não se encontraram nem conversaram desde o anúncio do tarifaço.

VEREDICTO

Enganoso. O vídeo em que Lula afirma não ter cumprimentado Trump é anterior ao recente tensionamento das relações entre Brasil e EUA devido ao tarifaço norte-americano.

((Este artigo foi produzido pela equipe da Reuters Fact Check. Envie sugestões de checagem via WhatsApp pelo número (11) 91599-9278. Leia mais sobre nosso trabalho de checagens de afirmações nas redes sociais aqui.))

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