MONTREAL/TORONTO, 19 Ago (Reuters) - Os assistentes de bordo sindicalizados da Air Canada AC.TO chegaram a um acordo com a maior transportadora do país, esta terça-feira, pondo fim à primeira greve da tripulação de cabina em 40 anos, que tinha perturbado os planos de viagem de centenas de milhares de passageiros.
A greve, que durou quase quatro dias, levou a companhia aérea, que serve diariamente cerca de 130.000 pessoas, a retirar o seu 'guidance' de lucros para o terceiro trimestre e para o ano inteiro.
A transportadora disse que iria retomar gradualmente as operações e que um restabelecimento total pode exigir uma semana ou mais, enquanto que o sindicato disse que concluiu a mediação com a companhia aérea e a sua filial de baixo custo Air Canada Rouge.
"A greve terminou. Temos um de acordo provisório que vos apresentaremos", declarou o Sindicato Canadiano dos Funcionários Públicos (CUPE), numa publicação no Facebook.
A Air Canada disse que alguns voos serão cancelados nos próximos sete a dez dias até que os horários sejam estabilizados e que os clientes com voos cancelados possam escolher entre um reembolso, crédito de viagem ou remarcação noutra companhia aérea.
Apesar de os passageiros que ficaram retidos terem manifestado frustração, já que muitos foram obrigados a dormir nos aeroportos ou a procurar voos alternativos, mostraram-se solidários com os trabalhadores em greve.
A transportadora tinha anteriormente proposto um aumento de 38% na remuneração total dos assistentes de bordo ao longo de quatro anos, com um aumento de 25% no primeiro ano, que o sindicato considerou insuficiente.
Os comissários de bordo abandonaram o trabalho no sábado, após o fracasso das negociações contratuais com a companhia aérea. Eles exigiam remuneração por tarefas como embarque de passageiros. Embora os detalhes das negociações não tenham sido divulgados imediatamente, o sindicato afirmou que o trabalho não remunerado tinha chegado ao fim.
O CUPE, que representa os 10.400 assistentes de bordo da Air Canada, pretendia obter ganhos em trabalho não remunerado que ultrapassassem os recentes avanços conseguidos pelos seus homólogos de transportadoras norte-americanas como a American Airlines AAL.O.
Num raro acto de desafio, o sindicato manteve-se em greve mesmo após o Conselho de Relações Industriais do Canadá ter declarado a sua acção ilegal.
A sua recusa em seguir uma ordem do Conselho Federal do Trabalho para que as assistentes de bordo regressassem ao trabalho criou um impasse tripartido entre empresa, trabalhadores e governo.
A ministra do Emprego, Patty Hajdu, instou ambas as partes a considerarem a mediação do Governo e aumentou a pressão sobre a Air Canada, prometendo investigar as alegações de trabalho não remunerado no sector das companhias aéreas, uma das principais queixas das assistentes de bordo que dizem não ser pagas pelo trabalho em terra.
Texto integral em inglês: nL1N3UB079