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Padilha diz que cancelamento de visto de sua família é ataque covarde e tentativa de intimidação

Reuters15 de ago de 2025 às 22:55

- O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira que a decisão do governo dos Estados Unidos de cancelar o visto de sua filha e de sua esposa é um ato de covardia e uma tentativa de intimidação.

"Eu estou absolutamente indignado. É uma atitude de covardia, um ato covarde, que atinge uma criança de 10 anos de idade, que atinge a minha esposa. E as pessoas que fazem isso, e o clã Bolsonaro que orquestra isso tem que explicar para o mundo inteiro qual o risco de uma criança de 10 anos de idade pode ter para o governo americano", disse o ministro em uma publicação na rede social X.

O ministro não chegou a ser afetado porque seu visto para os Estados Unidos estava vencido, segundo a GloboNews.

"Não tem nada a ver com o Mais Médicos. Tem a ver com a tentativa de intimidar quem não abaixa a cabeça para Trump, quem não bate continência para a bandeira dos Estados Unidos."

À GloboNews, Padilha disse que ficou sabendo do cancelamento dos vistos por meio de sua esposa, já que não se encontrava em São Paulo.

Na quarta-feira, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou que o Departamento de Estado dos EUA tomou medidas para revogar e restringir os vistos de vários funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares, alegando cumplicidade com o que chamou de trabalho forçado de médicos cubanos por meio do programa Mais Médicos do Brasil.

No comunicado foi apontada a revogação dos vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, apontados como tendo responsabilidade pela implementação do programa, em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), quando Padilha também comandava o Ministério da Saúde.

"Criei esse programa em 2013. Hoje não tem nenhuma parceria de médico cubano aqui no Brasil, mas tem em dezenas de países. De presidentes e primeiros-ministros de direita, de esquerda, de todos os espectros políticos", acrescentando que sua filha sequer era viva quando o programa foi implementado.

Padilha questionou ainda por que não há sanções a outros países que também têm serviço de médicos cubanos.

Além das sanções a autoridades brasileiras -- incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes -- o governo de Donald Trump aplicou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos justificando a medida, em grande parte, pelo que chamou de "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro, réu em processo por tentativa de golpe de Estado.

O ex-presidente está desde o início da semana passada em prisão domiciliar por decisão de Moraes, por descumprimento de medidas cautelares determinadas pelo ministro do STF em outro caso, no qual é investigado junto com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de coibir a atuação do Supremo. Eduardo tem atuado junto ao governo norte-americano em busca de reverter a situação jurídica do pai com medidas que incluem as sanções a autoridades brasileiras.

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