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Plano dos EUA prevê desarmamento do Hezbollah até final do ano e retirada israelense

Reuters7 de ago de 2025 às 18:33

Por Laila Bassam

- Os Estados Unidos apresentaram ao Líbano uma proposta para desarmar o Hezbollah até o final do ano, juntamente com o fim das operações militares de Israel no país e a retirada de suas tropas de cinco posições no sul do país, de acordo com uma cópia de uma agenda do gabinete libanês vista pela Reuters.

O plano, apresentado pelo enviado do presidente dos EUA, Donald Trump, para a região, Tom Barrack, e que estava sendo discutido em uma reunião do gabinete libanês nesta quinta-feira, estabelece os passos mais detalhados até agora para desarmar o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, que rejeitou os crescentes pedidos de desarmamento desde a devastadora guerra do ano passado com Israel.

O ministro da Informação do Líbano, Paul Morcos, disse após a reunião do gabinete nesta quinta-feira que o gabinete aprovou apenas os objetivos do plano de Barrack, mas não o discutiu por completo.

"Não nos aprofundamos nos detalhes ou componentes da proposta dos EUA. Nossa discussão e decisão se limitaram a seus objetivos", disse Morcos.

Os objetivos da proposta dos EUA incluiriam a eliminação gradual da presença armada de atores não estatais, incluindo o Hezbollah, o envio de forças libanesas para as principais áreas internas e de fronteira, a garantia da retirada de Israel das cinco posições, a resolução de questões relativas a prisioneiros por meio de conversações indiretas e a demarcação permanente das fronteiras do Líbano com Israel e a Síria.

O Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O gabinete do primeiro-ministro israelense não quis comentar, enquanto o Ministério da Defesa não respondeu imediatamente.

O Hezbollah não fez nenhum comentário imediato sobre a proposta, mas três fontes políticas disseram à Reuters que os ministros do grupo apoiado pelo Irã e seus aliados muçulmanos xiitas se retiraram da reunião de gabinete desta quinta-feira em protesto contra as discussões sobre a proposta.

Israel desferiu grandes golpes contra o Hezbollah em uma ofensiva no ano passado, o clímax de um conflito que começou em outubro de 2023, quando o grupo libanês abriu fogo contra posições israelenses na fronteira, declarando apoio ao seu aliado palestino militante Hamas no início da guerra de Gaza.

A proposta dos EUA visa "estender e estabilizar" um acordo de cessar-fogo entre o Líbano e Israel mediado em novembro.

A Fase 1 do plano exigiria que o governo de Beirute emitisse um decreto dentro de 15 dias, comprometendo-se com o desarmamento total do Hezbollah até 31 de dezembro de 2025. Nessa fase, Israel também interromperia as operações militares terrestres, aéreas e marítimas.

A Fase 2 exigiria que o Líbano começasse a implementar o plano de desarmamento dentro de 60 dias, com o governo aprovando "um plano detalhado de mobilização (do Exército libanês) para apoiar o plano de colocar todas as armas sob a autoridade do Estado". Esse plano especificaria as metas de desarmamento.

Durante a Fase 2, Israel começaria a se retirar das posições que ocupa no sul do Líbano e os prisioneiros libaneses detidos por Israel seriam libertados em coordenação com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Durante a Fase 3, dentro de 90 dias, Israel se retiraria dos dois últimos dos cinco pontos que detém, e o financiamento seria garantido para iniciar a remoção dos escombros no Líbano e a reabilitação da infraestrutura em preparação para a reconstrução.

Na Fase 4, dentro de 120 dias, as armas pesadas restantes do Hezbollah deveriam ser desmontadas, incluindo mísseis e drones.

Na Fase 4, Estados Unidos, Arábia Saudita, França, Catar e outros países amigos organizariam uma conferência econômica para apoiar a economia libanesa e a reconstrução e para "implementar a visão do presidente Trump para o retorno do Líbano como um país próspero e viável".

(Reportagem de Laila Bassam em Beirute e Humeyra Pamuk em Washington; reportagem adicional de Alexander Cornwell, Ahmed Tolba e Yomna Ehab)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS AC

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