Tarifas EUA de 15% sobre produtos UE são abrangentes, diz responsável UE

BRUXELAS, 5 Ago (Reuters) - As tarifas de 15% que os produtos da UE terão de pagar quando entrarem nos Estados Unidos são abrangentes, ao contrário dos acordos que alguns outros países concluíram com Washington, afirmou um alto responsável da UE, edsta terça-feira.

O quadro tarifário aplicar-se-á, em termos gerais, às exportações da UE, com excepção do aço e do alumínio, disse o responsável. A taxa de 15% aplicar-se-á também aos automóveis e às peças automóveis, sem quotas ou limites, acrescentou.

"O que obtivemos no nosso acordo é o melhor tratamento disponível", disse o responsável da UE aos jornalistas, acrescentando que o bloco de 27 países não estava a celebrar a taxa de 15%, mas que considerava que era um acordo muito bom em comparação com outros.

As tarifas sobre produtos farmacêuticos e semicondutores são actualmente zero, mas se aumentarem na sequência de uma investigação norte-americana sobre importações desses produtos, não excederão o limite máximo de 15%.

As conversações sobre uma declaração conjunta com os Estados Unidos, que irá definir mais pormenores, estão muito avançadas, com o texto praticamente pronto, estando a UE à espera de uma resposta de Washington para finalizar a questão, disse o responsável. Não quis dar um calendário para a sua publicação.

As discussões sobre o aço estão a demorar mais tempo devido à necessidade de abordar questões relacionadas com o volume, disse ele.

A UE está também a trabalhar para finalizar uma lista de produtos essenciais que ficarão isentos das tarifas dos Estados Unidos, processo que, segundo o responsável, demorará algum tempo. A UE está a tentar incluir o maior número possível de produtos na lista de isenção de tarifas, a uma taxa de zero por zero.

Como parte do acordo, a UE aumentará as importações de carne de bisonte dos EUA.

As exportações de automóveis e peças de automóveis da UE para os Estados Unidos estão actualmente sujeitas a uma taxa de 27,5%. Mas, no mês passado, na Escócia, a UE e o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciaram, no âmbito do acordo-quadro sobre comércio, que os direitos sobre automóveis e peças automóveis seriam reduzidos para 15%. O responsável da UE disse, esta terça-feira, que esperava que isso acontecesse "muito em breve".

"Mais uma vez, tenho de insistir que não estamos a celebrar este acordo. É uma sensação de alívio para nós. Não há motivos para celebrar", disse o responsável.

Texto integral em inglês: nL8N3TX0J5