Governo dos EUA investiga Universidade Duke em mais recente ameaça

Por Kanishka Singh

WASHINGTON, 28 Jul (Reuters) - O governo do presidente Donald Trump iniciou uma investigação sobre a Universidade Duke e o Duke Law Journal devido a alegações de discriminação racial, tornando-a a mais recente universidade norte-americana a enfrentar a ameaça de cortes no financiamento federal.

O governo anunciou nesta segunda-feira que vai apurar se a seleção de editores do Duke Law Journal dá preferência a candidatos de comunidades minoritárias.

"Essa investigação se baseia em relatórios recentes que alegam que a Universidade Duke discrimina com base em raça, cor e/ou origem nacional ao usar esses fatores para selecionar os membros da revista jurídica", afirmou o Departamento de Educação em comunicado.

A secretária de Educação dos EUA, Linda McMahon, e o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., enviaram uma carta à direção da universidade alegando o que o governo chamou de "uso de preferências raciais nas decisões de contratação, admissão e bolsas de estudo da Duke".

A carta pede que a universidade revise suas políticas e crie um painel "com autoridade delegada pelo Conselho de Curadores da Duke para permitir que a Duke e o governo federal avancem rapidamente para uma resolução mútua das supostas violações de direitos civis da Duke".

A universidade não fez comentários imediatos.

Defensores dos direitos humanos têm levantado preocupações sobre a liberdade de expressão e a liberdade acadêmica em relação à tentativa de repressão do governo Trump contra as universidades.

O governo ameaçou cortes de verbas federais contra universidades e escolas por causa de iniciativas climáticas, políticas de transgêneros, protestos pró-palestinos contra a guerra do aliado norte-americano Israel em Gaza e programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).

O Título VI da Lei de Direitos Civis de 1964 proíbe a discriminação com base em raça, cor e origem nacional em programas educacionais que recebem financiamento federal.

O governo afirmou no final de abril que estava investigando se a Universidade de Harvard e a Harvard Law Review violaram as leis de direitos civis quando os editores da revista aceleraram a consideração de um artigo escrito por um membro de uma minoria racial.

Harvard está desafiando legalmente o governo para que seu financiamento federal -- congelado -- seja restaurado.

Trump alegou, sem provas, que grupos como brancos e homens sofrem discriminação devido ao DEI. Grupos de direitos humanos rejeitam a alegação, dizendo que o DEI trata de desigualdades históricas contra grupos marginalizados, como minorias étnicas.

(Reportagem de Kanishka Singh em Washington)

((Tradução Redação Brasília))

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