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Mais ajuda é necessária para enfrentar as condições de fome em Gaza, diz ONU

Reuters28 de jul de 2025 às 12:48

Por Nidal al-Mughrabi e Olivia Le Poidevin

- Um fornecimento constante de ajuda a longo prazo é necessário para combater o agravamento da crise de fome em Gaza, disseram agências da ONU nesta segunda-feira, depois que a pressão crescente levou Israel a diminuir as restrições no enclave palestino.

Israel realizou um lançamento aéreo e anunciou uma série de medidas no fim de semana, incluindo pausas humanitárias diárias em três áreas de Gaza e novos corredores seguros para comboios de ajuda, depois que imagens de crianças famintas alarmaram o mundo.

Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 14 pessoas morreram nas últimas 24 horas de fome e desnutrição, elevando para 147 o número de mortos pela fome durante a guerra, incluindo 89 crianças, a maioria apenas nas últimas semanas.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) disse que 60 caminhões de ajuda foram enviados, mas que essa quantidade está aquém das necessidades de Gaza.

"Sessenta caminhões definitivamente não são suficientes. Portanto, nossa meta no momento, todos os dias, é levar 100 caminhões para Gaza", afirmou o diretor regional do PMA para Oriente Médio, Norte da África e Europa Oriental, Samer AbdelJaber, à Reuters.

O PMA disse que quase 470.000 pessoas em Gaza estão enfrentando condições semelhantes às da fome, com 90.000 mulheres e crianças precisando de tratamentos nutricionais especializados.

"Não posso dizer que em uma semana seremos capazes de realmente evitar os riscos. Tem que ser algo contínuo e em escala", declarou AbdelJaber.

SAQUES

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o fornecimento de ajuda seria mantido, independentemente de Israel estar negociando um cessar-fogo ou lutando em Gaza.

O PMA afirmou que tem 170.000 toneladas de alimentos na região, nos arredores de Gaza, o que seria suficiente para alimentar toda a população pelos próximos três meses, se obtiver autorização para entrar no enclave.

A Cogat, agência israelense de coordenação de ajuda militar, disse que mais de 120 caminhões foram distribuídos em Gaza no domingo pela ONU e por organizações internacionais.

Mas alguns dos caminhões que chegaram a Gaza foram apreendidos por palestinos desesperados e outros por saqueadores armados, disseram testemunhas.

"Atualmente, a ajuda vem para os fortes que podem correr na frente, que podem empurrar os outros e pegar uma caixa ou um saco de farinha. Esse caos deve ser interrompido e a proteção para esses caminhões deve ser permitida", disse Emad, 58 anos, que era proprietário de uma fábrica de madeira na Cidade de Gaza.

Israel cortou a ajuda a Gaza desde o início de março, no que disse ser um meio de pressionar o Hamas a entregar dezenas de reféns que ainda mantém em seu poder, e reabriu a ajuda com novas restrições em maio.

Israel afirma que respeita as leis internacionais, mas precisa impedir que a ajuda seja desviada por militantes e culpa o Hamas pelo sofrimento da população de Gaza.

O chefe de ajuda das Nações Unidas, Tom Fletcher, disse no domingo que algumas restrições de movimento pareciam ter sido aliviadas por Israel.

(Reportagem de Nidal al-Mughrabi, Olivia Le Poidevin e Maayan Lubell)

((Tradução Redação São Paulo))

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