WASHINGTON, 25 Jul (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que gostaria de manter os limites para o uso de armas nucleares estratégicas dos EUA e da Rússia estabelecidos no acordo Novo START de 2010, que expira em fevereiro.
"Esse não é um acordo que você queira que expire. Estamos começando a trabalhar nisso", disse Trump aos repórteres ao sair da Casa Branca para uma viagem à Escócia.
Foi a primeira vez, desde que assumiu o cargo, que Trump disse que quer manter os limites do tratado sobre o uso de armas nucleares estratégicas quando ele expirar em 5 de fevereiro.
"Quando você retira as restrições nucleares, isso é um grande problema", disse Trump.
O Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, ou Novo START, é o último acordo de redução de armas nucleares remanescente entre as maiores potências nucleares do mundo. Ele restringe a Rússia e os EUA a implantar não mais do que 1.550 ogivas estratégicas em 700 mísseis balísticos intercontinentais, submarinos e bombardeiros.
O ex-presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente russo, Vladimir Putin, prorrogaram o tratado por cinco anos em 2021, mas, conforme redigido, o pacto não pode ser prorrogado mais. Trump se opôs a uma prorrogação em seu primeiro mandato, pedindo, em vez disso, um novo tratado que incluísse a China, que rejeitou a proposta.
Trump tem sido um defensor do controle das armas nucleares. Ele disse em fevereiro que gostaria de conversar com Putin e com o presidente chinês, Xi Jinping, sobre a limitação de seus arsenais nucleares.
As relações entre os EUA e a Rússia estão em seu ponto mais baixo em mais de 60 anos, em parte alimentadas pelas ameaças de Putin de usar armas nucleares em sua guerra contra a Ucrânia e seu desenvolvimento de novos sistemas de armas exóticas.
Com o vencimento do Novo START, os EUA e a Rússia poderiam começar a implantar mais ogivas estratégicas e cada um poderia achar mais difícil avaliar as intenções do outro, alertam os defensores do controle de armas.
(Reportagem de Steve Holland e Jonathan Landay)
((Tradução Redação São Paulo))
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