Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS, 25 Jul (Reuters) - Os Estados Unidos disseram à China nas Nações Unidas, nesta sexta-feira, que ela deveria "parar de alimentar a agressão da Rússia" na Ucrânia, enquanto a China acusou Washington de tentar transferir a culpa e provocar um confronto.
A embaixadora interina dos Estados Unidos na ONU, Dorothy Shea, pediu a todos os países, citando especificamente a China, que parem de exportar para a Rússia produtos de uso duplo que, segundo Washington, contribuem para a base industrial de guerra da Rússia e possibilitam seus ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia.
"A alegação de Pequim de ter implementado fortes controles de exportação de bens de uso duplo cai por terra diante da recuperação diária de componentes produzidos na China em drones, armas e veículos que a Rússia usa contra a Ucrânia", disse Shea em uma reunião sobre a Ucrânia do Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros.
A China não iniciou a guerra na Ucrânia, não é parte do conflito, nunca forneceu armas letais e sempre "controlou rigorosamente os materiais de uso duplo, inclusive a exportação de drones", respondeu o vice-embaixador da China na ONU, Geng Shuang.
"Pedimos aos EUA que parem de transferir a culpa sobre a questão da Ucrânia ou de criar confrontos e, em vez disso, desempenhem um papel mais construtivo na promoção de cessar-fogo e negociações de paz", disse ele ao conselho.
A Reuters informou na quarta-feira que motores fabricados na China estão sendo enviados secretamente por meio de empresas de fachada para um fabricante estatal de drones na Rússia, rotulados como "unidades de refrigeração industrial" para evitar a detecção após as sanções ocidentais.
"Se a China é sincera em seu pedido de paz, ela deveria parar de alimentar a agressão da Rússia", disse Shea.
((Tradução Redação São Paulo))
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