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Trump foi informado que está nos arquivos de Epstein, diz WSJ

Reuters23 de jul de 2025 às 23:29

Por Jeff Mason e Andrew Goudsward e Joseph Ax

- A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse ao presidente Donald Trump em maio que seu nome aparecia em arquivos de investigação relacionados ao criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, informou o Wall Street Journal nesta quarta-feira.

A revelação sobre a aparição de Trump nos registros do Departamento de Justiça sobre o caso ameaçou aprofundar uma crise política que permeou seu governo durante semanas. Há anos partidários de Trump alimentam teorias da conspiração sobre clientes de Epstein e as circunstâncias de sua morte na prisão em 2019.

A Casa Branca enviou sinais contraditórios após a história. Primeiro, divulgou declaração classificando-a de "fake news", mas um funcionário da Casa Branca disse mais tarde à Reuters que o governo não estava negando que o nome de Trump aparecesse em alguns dos arquivos, observando que o presidente já estava incluído em uma parcela de materiais reunida por Bondi em fevereiro para influenciadores conservadores.

Amigo de Epstein na década de 1990 e no início dos anos 2000, Trump aparece diversas vezes nos registros de voo do avião particular de Epstein na década de 1990. Trump e vários membros de sua família também estão em um livro de contatos de Epstein, juntamente com centenas de outras pessoas.

Grande parte desse material foi divulgado publicamente no processo criminal contra a ex-associada de Epstein, Ghislaine Maxwell, sentenciada a 20 anos de prisão após sua condenação por tráfico sexual de crianças e outros crimes.

Durante julgamento, o piloto de longa data de Epstein testemunhou que Trump voou no avião particular de Epstein várias vezes. Trump negou estar no avião.

A Reuters não conseguiu verificar imediatamente a reportagem do Journal.

Trump enfrentou intensa reação de apoiadores após seu governo dizer que não divulgaria os arquivos, recuando em uma promessa de campanha.

O Departamento de Justiça disse em um memorando no início deste mês que não havia base para continuar investigando o caso Epstein, provocando a ira de proeminentes partidários de Trump que exigiram mais informações sobre ricos e poderosos que interagiram com Epstein.

Trump não foi acusado de irregularidades relacionadas a Epstein e disse que sua amizade terminou antes do início dos problemas legais de Epstein, há duas décadas.

Bondi e o procurador-geral adjunto Todd Blanche emitiram uma declaração que não abordou diretamente a reportagem do Journal.

"Nada nos arquivos justificava mais investigações ou processos, e entramos com uma moção no tribunal para liberar as transcrições do grande júri", disseram as autoridades. "Como parte de nossa reunião de rotina, informamos o presidente sobre as descobertas."

NOMES

O jornal informou que Bondi e seu vice disseram a Trump em uma reunião na Casa Branca que o nome dele, assim como o de "muitas outras figuras de alto perfil", apareciam nos arquivos.

Epstein morreu em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual, das quais ele havia se declarado inocente. Em um caso separado, Epstein se declarou culpado em uma acusação de prostituição na Flórida em 2008 e recebeu uma sentença de 13 meses no que agora é amplamente considerado um acordo muito brando com os promotores.

Sob pressão política na semana passada, Trump instruiu o Departamento de Justiça a buscar a liberação das transcrições seladas do grande júri relacionadas a Epstein.

Nesta quarta-feira, a juíza distrital Robin Rosenberg negou uma dessas solicitações, concluindo que não se enquadrava em nenhuma das exceções às regras que mantêm o material do grande júri sob sigilo.

Essa moção se originou de investigações federais sobre Epstein em 2005 e 2007, de acordo com documentos judiciais. O departamento também solicitou a divulgação de transcrições no tribunal federal de Manhattan relacionadas a acusações posteriores contra Epstein e Maxwell.

Na semana passada, o Journal noticiou que Trump havia enviado a Epstein um bilhete de aniversário obsceno em 2003 que dizia: "Feliz aniversário -- e que cada dia seja outro segredo maravilhoso".

A Reuters não confirmou a autenticidade da suposta carta. Trump processou o Journal e seus proprietários, incluindo o bilionário Rupert Murdoch, afirmando que o bilhete era falso.

MAGA

Trump e seus assessores há muito se envolvem em teorias da conspiração, inclusive sobre Epstein, que repercutiram na base política de Trump. A ampla recusa do movimento Make American Great Again, o Maga, em aceitar o argumento de seu governo de que essas teorias agora são infundadas é incomum para um político que está acostumado a desfrutar de uma lealdade relativamente incontestável de seus apoiadores.

Epstein se enforcou na prisão, de acordo com o médico legista chefe da cidade de Nova York. Mas suas conexões com pessoas ricas e poderosas levaram à especulação de que sua morte não tenha sido um suicídio. O Departamento de Justiça disse em memorando neste mês que Epstein morreu por suas próprias mãos.

Em um sinal de como a questão tem atormentado Trump e seus colegas republicanos, o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, disse abruptamente na terça-feira que mandaria os parlamentares para casa um dia antes da pausa de verão para evitar uma briga no plenário sobre a votação dos arquivos de Epstein.

A decisão frustrou temporariamente a pressão dos democratas e de alguns republicanos para a votação de uma resolução bipartidária que exigiria que o Departamento de Justiça liberasse todos os documentos relacionados a Epstein.

Mas uma subcomissão do Comitê de Supervisão da Câmara aprovou nesta quarta-feira uma intimação solicitando todos os arquivos do Departamento de Justiça sobre Epstein. Três republicanos se juntaram a cinco democratas para apoiar a iniciativa, em um sinal de que o partido de Trump não está pronto para abandonar a questão.

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

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