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Assassino dos estudantes de Idaho pega prisão perpétua sem liberdade condicional, mas motivo continua sendo um mistério

Reuters23 de jul de 2025 às 22:03

Por Matt McKnight e Steve Gorman

- O ex-estudante de doutorado em justiça criminal condenado pelas mortes a facadas de quatro estudantes da Universidade de Idaho em 2022 foi condenado à prisão perpétua na quarta-feira, mas seus motivos para os assassinatos permaneceram um mistério.

Bryan Kohberger, de 30 anos, recebeu quatro sentenças consecutivas de prisão perpétua sem a possibilidade de liberdade condicional ou apelação, de acordo com um acordo com os promotores que o poupou da pena de morte em troca de se declarar culpado no início deste mês de quatro acusações de assassinato em primeiro grau.

O juiz Steven Hippler deu a Kohberger, vestido com roupas laranja de presidiário e sentado ao lado de seus advogados, a oportunidade de fazer uma declaração antes da sentença ser pronunciada.

"Respeitosamente, eu me recuso", respondeu o réu em voz baixa, as únicas palavras que proferiu durante as duas horas e meia de audiência no Quarto Tribunal Distrital de Idaho, em Boise, capital do Estado.

Durante toda a audiência, ele permaneceu sem expressão enquanto os parentes e amigos das vítimas -- Ethan Chapin, de 20 anos, sua namorada Xana Kernodle, de 20 anos, e suas companheiras de quarto Madison Mogen, de 21 anos, e Kaylee Gonçalves, de 21 anos -- se revezavam para expressar sua raiva e angústia diretamente a ele por meio da apresentação de declarações de impacto da vítima.

"Nunca imaginei ter de falar com alguém tão desprovido de humanidade", disse Kristi Gonçalves, mãe de Kaylee.

A irmã mais velha da vítima, Alivea, dirigiu-se a Kohberger em um tom de acusação inabalável, dizendo: "Vou chamá-lo do que você é -- sociopata, psicopata, assassino". Ela exigiu, em vão, saber as respostas para perguntas persistentes como: como ele escolhia suas vítimas e quais foram as últimas palavras de sua irmã.

No final, ela e outros entes queridos dos quatro estudantes mortos ficaram perplexos com o que havia precipitado um crime que surpreendeu a pequena cidade universitária de Moscou, Idaho, e atraiu a atenção da mídia nacional.

Ao se declarar culpado em 2 de julho, Kohberger admitiu as alegações subjacentes de que havia entrado sorrateiramente em uma casa fora do campus sob a cobertura da escuridão da madrugada em 13 de novembro de 2022, esfaqueado os quatro estudantes até a morte com uma faca de caça e depois fugido. Duas outras mulheres que moravam na casa sobreviveram ilesas.

Mas o assassino não mencionou o motivo. Da mesma forma, as autoridades ainda não ofereceram uma explicação sobre o que poderia ter motivado as ações de Kohberger e como ou por que ele escolheu suas vítimas. O acordo de confissão também não exigiu que Kohberger fornecesse tais informações.

O presidente norte-americano, Donald Trump, se manifestou sobre o caso em sua plataforma Truth Social nesta semana, dizendo que esperava que o juiz "fizesse com que Kohberger, no mínimo, explicasse por que ele cometeu esses assassinatos horríveis".

Pouco antes de proferir a sentença, Hippler lamentou: "Agora temos certeza de quem cometeu esses atos indescritíveis de maldade, mas o que não sabemos e o que talvez nunca saibamos é o porquê".

"Compartilho o desejo expresso por outros de entender o porquê", disse o juiz, acrescentando que "ao continuarmos a nos concentrar no porquê, continuamos a dar relevância ao sr. Kohberger. Damos a ele poder de ação."

"A necessidade de saber o que não é inerentemente compreensível nos torna dependentes do réu para que ele nos forneça um motivo, e isso lhe dá os holofotes, a atenção e o poder que ele parece desejar", disse Hippler.

Mesmo que tivesse poderes legais para obrigar Kohberger a se dirigir ao tribunal, o juiz perguntou: "Como alguém poderia ter certeza de que o que ele diz é a verdade?"

Durante a audiência de confissão no início deste mês, o promotor público do condado de Latah, Bill Thompson, procurou descartar uma possível via de especulação, declarando que não havia evidência de agressão sexual entre as vítimas ou um "componente sexual" nos assassinatos.

Na época dos assassinatos, Kohberger estava fazendo doutorado em justiça criminal na Universidade Estadual de Washington em Pullman, Washington, a uma curta distância do campus da Universidade de Idaho, na cidade vizinha de Moscou, no noroeste de Idaho.

Thompson disse que Kohberger planejou a violência com antecedência, comprando a faca pela internet cerca de oito meses antes dos assassinatos. A bainha da faca foi recuperada, mas a arma do crime nunca foi encontrada.

Como prova de que Kohberger tentou encobrir seus crimes, Thompson disse que os investigadores descobriram que ele havia limpado meticulosamente o interior de seu carro, que usou como veículo de fuga.

As autoridades disseram que ligaram Kohberger aos assassinatos usando provas de DNA, dados de celulares e imagens de vídeo. Ele foi preso semanas após os assassinatos na Pensilvânia, onde estava visitando a família durante as férias de Natal, e foi devolvido a Idaho para enfrentar as acusações.

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS AC

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