Por Dmitry Antonov e Mark Trevelyan
MOSCOU, 23 Jul (Reuters) - Negociadores russos voaram para a Turquia para manter conversações de paz com a Ucrânia nesta quarta-feira, disse o Kremlin, antes do que serão as primeiras discussões diretas entre os lados em guerra em mais de sete semanas.
A Rússia minimizou as expectativas de qualquer avanço na reunião, a qual o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse esta semana que deve se concentrar em parte na preparação de uma cúpula entre ele e o presidente Vladimir Putin.
"Naturalmente, ninguém espera um caminho fácil. Naturalmente, essa será uma conversa muito difícil. Os projetos (dos dois lados) são diametralmente opostos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
Conversas anteriores em Istambul, em 16 de maio e 2 de junho, levaram à troca de milhares de prisioneiros de guerra e dos restos mortais de soldados mortos. No entanto, essas reuniões duraram menos de três horas no total e não fizeram nenhum avanço em direção a um cessar-fogo ou a um acordo para encerrar quase três anos e meio de guerra.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor novas e pesadas sanções à Rússia e aos países que compram suas exportações, a menos que um acordo de paz seja alcançado dentro de 50 dias.
No entanto, três fontes próximas ao Kremlin disseram à Reuters que Putin, não se intimidando com o ultimato de Trump, continuará lutando na Ucrânia até que o Ocidente se comprometa com seus termos de paz, e que suas demandas territoriais podem aumentar à medida que as forças russas avançam.
Nesta quarta-feira, a Rússia disse que suas forças haviam capturado o assentamento de Varachyne na região de Sumy, na Ucrânia, onde Putin ordenou que suas tropas criassem uma zona de proteção depois que a Ucrânia montou uma incursão de choque na Rússia no ano passado e manteve um pedaço de seu território por meses. A Reuters não pôde confirmar de forma independente o relato do campo de batalha.
Nas últimas semanas, as forças russas lançaram alguns de seus ataques aéreos mais pesados da guerra, concentrando-se especialmente na capital ucraniana, Kiev.
A Ucrânia respondeu com seus próprios ataques e, no mês passado, causou sérios danos à frota de bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear da Rússia.
((Tradução Redação São Paulo))
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