MOSCOU, 18 Jul (Reuters) - O Kremlin disse nesta sexta-feira que não acredita que a postura mais dura adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à Rússia por causa da guerra na Ucrânia signifique o fim das negociações entre os EUA e a Rússia com o objetivo de retomar seus laços desgastados.
Trump revelou sua nova posição na segunda-feira, estabelecendo um prazo de 50 dias para que Moscou chegue a um cessar-fogo na Ucrânia ou enfrentará sanções. Ele também prometeu mais mísseis para Kiev, uma medida que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia criticou duramente na quinta-feira.
Perguntado na sexta-feira se as declarações de Trump significavam que as negociações com o objetivo de reatar os laços entre Moscou e Washington terminariam agora, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse:
"Presumimos que não é isso que significa. É claro que se trata de questões diferentes. Uma delas é a questão do acordo (de paz) com a Ucrânia. A outra questão são nossas relações bilaterais."
Peskov afirmou que muitos problemas ainda precisam ser resolvidos para melhorar os laços com Washington, que, segundo ele, estão "em um estado deplorável". Ele chamou os esforços para mudar a situação de demorados e difíceis.
O diálogo de Moscou com Washington pareceu melhorar depois que Trump reassumiu o cargo em janeiro, mas Trump ficou cada vez mais frustrado com o presidente Vladimir Putin em relação às condições que o chefe do Kremlin impôs a qualquer possível cessar-fogo.
Rússia e Ucrânia realizaram duas rodadas de negociações de paz na Turquia neste ano, que resultaram em um acordo para a troca de prisioneiros e restos mortais de soldados.
Mas ainda não foi definida uma data para uma terceira rodada de negociações e os lados em conflito continuam distantes quanto aos termos de qualquer cessar-fogo ou eventual acordo de paz.
(Reportagem de Dmitry Antonov)
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS TR