BEIRUTE/JERUSALÉM, 18 Jul (Reuters) - Israel concordou em permitir o acesso limitado das forças sírias à área de Sweida, no sul da Síria, pelos próximos dois dias, disse uma autoridade israelense na sexta-feira, depois de dias de derramamento de sangue na cidade drusa de Sweida e em seus arredores.
"À luz da contínua instabilidade no sudoeste da Síria, Israel concordou em permitir a entrada limitada das forças de segurança interna (sírias) no distrito de Sweida pelas próximas 48 horas", declarou a autoridade, que não quis ser identificada, aos repórteres.
O porta-voz do Ministério do Interior da Síria disse na sexta-feira que as forças do governo não estavam se preparando para se deslocar à província de Sweida, informou a agência de notícias estatal.
As tropas sírias se retiraram de Sweida depois que uma trégua foi anunciada na quarta-feira, mas os confrontos recomeçaram no final da quinta-feira entre combatentes de tribos beduínas e drusos, que fazem parte de uma minoria religiosa na Síria que tem seguidores no Líbano e em Israel.
Os confrontos em partes da província de Sweida continuaram na sexta-feira, de acordo com moradores de Sweida e Ryan Marouf, chefe da agência de notícias local Sweida24.
Damasco enviou tropas para Sweida nesta semana, que é adjacente ao território controlado por Israel, para tentar reprimir alguns dos mais intensos combates internos na Síria desde que o governo interino assumiu o poder no final do ano passado.
O grupo de monitoramento Rede Síria de Direitos Humanos disse que registrou 321 mortos em quatro dias de combates, entre eles profissionais de saúde, mulheres e crianças.
Israel se envolveu nas hostilidades na quarta-feira. O país disse que não permitiria que o governo islâmico da Síria enviasse tropas para o sul, atacou as tropas sírias em Sweida e o Ministério da Defesa da Síria, e atacou perto do palácio presidencial em Damasco.
Descrevendo os novos governantes da Síria como jihadistas mal disfarçados, Israel prometeu proteger a comunidade drusa da região contra ataques, incentivado por apelos da própria minoria drusa de Israel.
Os militares israelenses realizaram novos ataques na província de Sweida durante a noite.
O chefe do escritório de direitos humanos da ONU pediu às autoridades interinas da Síria que garantam a responsabilização e a justiça pelo que, segundo ele, são relatos confiáveis de violações generalizadas de direitos durante os combates, incluindo execuções sumárias e sequestros, disse o escritório em um comunicado.
(Reportagem de Maya Gebeily em Beirute, Crispian Balmer em Jerusalém e Olivia Le Poidevin em Genebra)
((Tradução Redação São Paulo))
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