Por Bart H. Meijer e Charlotte Van Campenhout
BRUXELAS, 10 Jul (Reuters) - A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobreviveu a um voto de não confiança no Parlamento Europeu, esta quinta-feira, apresentado principalmente por deputados da extrema-direita que alegaram que ela e a sua equipa minaram a confiança na UE através de acções ilegais.
Tal como previsto, a moção não conseguiu obter a maioria de dois terços necessária para ser aprovada. Apenas 175 deputados apoiaram a moção, enquanto 360 votaram contra e 18 abstiveram-se.
O nacionalista romeno Gheorghe Piperea, principal patrocinador da moção, criticou, entre outras coisas, a recusa da Comissão em divulgar mensagens de texto entre von der Leyen e o director executivo do fabricante de vacinas Pfizer PFE.N durante a pandemia da COVID-19.
"A tomada de decisões tornou-se opaca e discricionária e suscita receios de abuso e corrupção. O custo da burocracia obsessiva da União Europeia, como o combate às alterações climáticas, tem sido enorme", disse Piperea ao Parlamento Europeu, na segunda-feira.
Durante o debate sobre a sua liderança, von der Leyen defendeu a sua actuação no Parlamento, rejeitando as críticas à sua gestão da pandemia e afirmando que a sua abordagem garantiu a igualdade de acesso às vacinas em toda a UE.
Apesar de a moção de censura ter poucas hipóteses de sucesso, foi uma dor de cabeça política para von der Leyen, numa altura em que a sua Comissão negoceia com a administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tentar evitar a imposição de tarifas elevadas aos produtos da UE.
Foi a primeira vez, desde 2014, que um Presidente da Comissão se viu confrontado com uma moção deste género. O então Presidente Jean-Claude Juncker também sobreviveu à votação.
Texto integral em inglês: nL8N3T70LN