Por Emma Farge
GENEBRA, 7 Jul (Reuters) - O Conselho de Direitos Humanos da ONU votou na segunda-feira para renovar o mandato de um especialista em direitos LGBT, uma medida bem recebida pelos defensores em meio à ausência dos Estados Unidos, um antigo apoiador importante que agora está revertendo essas proteções.
Diplomatas ocidentais já haviam expressado preocupações sobre a renovação do mandato do acadêmico sul-africano Graeme Reid, que ajuda a aumentar as proteções documentando abusos e por meio do diálogo com os países.
A moção para uma renovação de três anos foi aprovada com 29 votos a favor, 15 contra e três abstenções. Entre os apoiadores estavam Chile, Alemanha, Quênia e África do Sul, enquanto várias nações africanas e o Catar se opuseram.
"A renovação desse mandato é uma centelha de esperança em uma época em que as potências reacionárias de todo o mundo estão tentando desmantelar o progresso que nossas comunidades lutaram tanto para alcançar", disse Julia Ehrt, diretora executiva do grupo de campanha ILGA World.
Os Estados Unidos, que se desligaram do conselho sob o comando do presidente Donald Trump, citando um suposto viés antissemita, eram anteriormente um apoiador do mandato durante o governo Biden.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump assinou decretos para restringir os direitos dos transgêneros e desmantelar as práticas de diversidade, equidade e inclusão no governo e no setor privado.
Seu governo diz que essas medidas restauram a justiça, mas os defensores dos direitos civis e LGBT dizem que elas tornam os grupos marginalizados mais vulneráveis.
Nas negociações antes da votação, o Paquistão expressou oposição ao mandato em nome do grupo muçulmano OIC, chamando-o de uma ferramenta para defender "opiniões controversas".
((Tradução Redação São Paulo))
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