Por David Morgan e Bo Erickson e Richard Cowan
WASHINGTON, 2 Jul (Reuters) - Os republicanos da Câmara dos Deputados enfrentavam dificuldades nesta quarta-feira para aprovar o projeto de lei do presidente Donald Trump sobre cortes de impostos e gastos, já que alguns membros linha-dura negavam seu apoio devido a preocupações com seu custo.
Enquanto os parlamentares entravam e saíam de reuniões a portas fechadas, o presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que estava tentando convencer os resistentes a apoiar o projeto de lei assinado por Trump, dizendo aos repórteres: "Estamos planejando uma votação hoje".
Com uma maioria estreita de 220 cadeiras a 212, Johnson não pode se dar ao luxo de mais do que três deserções em suas fileiras, e os céticos da ala direita do partido disseram que tinham votos mais do que suficientes para bloquear o projeto.
"Ele sabe que eu sou um 'não'. Ele sabe que não acredito que haja votos para aprovar essa regra do jeito que está", disse aos repórteres o deputado republicano Andy Harris, de Maryland, líder do Freedom Caucus (bancada da liberdade).
Trump, que está pressionando os parlamentares para que lhe entreguem o projeto de lei para ser sancionado até o feriado do Dia da Independência, 4 de julho, reuniu-se com alguns dos dissidentes na Casa Branca. Mas, com o resultado incerto, os líderes republicanos adiaram uma votação processual por horas, enquanto trabalhavam para obter apoio.
O Senado aprovou a legislação, que, segundo analistas apartidários, acrescentará US$3,4 trilhões à dívida de US$36,2 trilhões do país na próxima década, pela margem mais estreita possível na terça-feira, após intenso debate sobre o alto preço do projeto e os US$900 milhões em cortes no programa de saúde Medicaid para norte-americanos de baixa renda.
A deputada Lisa McClain, que preside a Conferência Republicana da Câmara, disse à Reuters que esperava que seus pares trabalhassem em votações processuais e levassem o projeto de lei para votação em plenário na noite desta quarta-feira.
"Acho que o colocaremos em votação hoje à noite. Pode ser às 10 ou 11 horas", disse McClain.
Os democratas estão unidos na oposição ao projeto de lei, dizendo que suas isenções fiscais beneficiam desproporcionalmente os ricos, ao mesmo tempo em que cortam serviços dos quais os norte-americanos de baixa e média renda dependem. O Escritório de Orçamento do Congresso, que não é partidário, estimou que quase 12 milhões de pessoas poderiam perder o seguro-saúde como resultado do projeto de lei.
"Esse projeto de lei é catastrófico. Não é uma política, é uma punição", disse o deputado democrata Jim McGovern em um debate no plenário da Câmara.
((Tradução Redação São Paulo))
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