Wall Street prevê ganhos para grandes bancos com plano do Fed de flexibilizar regra de alavancagem

Por Manya Saini

26 Jun (Reuters) - Os grandes bancos globais dos EUA podem esperar até US$6 trilhões em capacidade adicional de balanço patrimonial e bilhões em capital liberado de acordo com um plano do Federal Reserve para relaxar regras de alavancagem, estimaram corretoras de Wall Street na quinta-feira.

O Fed revelou uma proposta na quarta-feira que reformula a quantidade de capital que os grandes bancos globais devem manter contra ativos de risco relativamente baixo, como parte de uma tentativa de aumentar a participação nos mercados de Treasuries.

O plano, aprovado por uma votação de 5 a 2 no Fed, marca o primeiro de uma possível série de medidas desregulamentadoras lideradas pela nova vice-presidente de supervisão do banco central, Michelle Bowman.

A proposta reforma o chamado "índice de alavancagem suplementar aprimorado", de modo que o montante de capital que os bancos devem reservar esteja diretamente vinculado ao tamanho do papel que cada empresa desempenha no sistema financeiro global.

"A reforma do SLR é a primeira de muitas propostas de capital que esperamos durante o mandato de Michelle Bowman", escreveram analistas do Morgan Stanley liderados por Betsy Graseck. A previsão é que a proposta poderia liberar US$185 bilhões para os bancos sob sua cobertura.

IMPULSO NO MERCADO DE TREASURIES?

O índice de alavancagem suplementar exige que os bancos mantenham capital em relação a todos os ativos, incluindo Treasuries, de baixo risco - uma abordagem que, segundo os críticos, poderia desencorajar os bancos a manterem dívidas do governo e limitar seu papel nos principais mercados de financiamento.

Analistas do Goldman Sachs esperam que a mudança na regra libere os balanços patrimoniais dos bancos em até US$5,5 trilhões.

"As mudanças no cálculo do SLR devem aumentar a disponibilidade (e potencialmente reduzir o custo) de financiamento garantido de curto prazo para os participantes do mercado, melhorando a liquidez nos mercados financeiros e no mercado de Treasuries em particular."

As autoridades do Fed descreveram as mudanças como uma correção necessária para uma regra introduzida após a crise de 2008, dizendo que a exigência de alavancagem havia crescido ao longo do tempo para ocasionalmente limitar a atividade bancária, especialmente com o aumento da dívida pública nos últimos anos.

"A proposta do Fed para calibrar o SLR deve dar ao sistema bancário uma capacidade significativa para expandir seu balanço patrimonial em ativos de baixo risco", disseram analistas do Barclays.

"Faz sentido que os bancos utilizem a capacidade de alavancagem teórica, desde que o retorno do investimento em ativos/atividades de baixo risco seja suficiente", disseram eles.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))

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