WASHINGTON/DOHA/ISTAMBUL, 24 Jun (Reuters) - O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, esta terça-feira, que o cessar-fogo entre Israel e Irão está agora em vigor e pediu aos dois países para não o violarem, poucas horas após o Irão ter lançado ondas de mísseis que, segundo o serviço de ambulâncias de Israel, mataram quatro pessoas.
"O CESSAR-FOGO ESTÁ AGORA EM VIGOR. POR FAVOR, NÃO O VIOLEM!", disse Trump numa publicação no Truth Social.
Quando Trump anunciou, na segunda-feira, o que chamou de um cessar-fogo completo para acabar com uma guerra de 12 dias, ele pareceu sugerir que Israel e Irão teriam tempo para completar as missões que estavam em curso, altura em que o cessar-fogo começaria num processo faseado.
Testemunhas disseram ter ouvido explosões perto de Telavive e Beersheba, no sul de Israel, antes da declaração de Trump.
Os militares israelitas disseram que o Irão lançou seis ondas de mísseis e o serviço nacional de ambulâncias de Israel disse que quatro pessoas foram mortas em Beersheba, as primeiras mortes registadas em Israel desde que Trump anunciou o cessar-fogo.
A agência de notícias semi-oficial SNN, do Irão, noticiou, esta terça-feira, que Teerão disparou a sua última ronda de mísseis antes da entrada em vigor do cessar-fogo.
Um alto responsável da Casa Branca disse que Trump tinha mediado um acordo de cessar-fogo num telefonema com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e que Israel tinha concordado com este desde que o Irão não lançasse novos ataques.
"No pressuposto de que tudo funciona como deveria, o que acontecerá, gostaria de felicitar ambos os países, Israel e Irão, por terem a resistência, a coragem e a inteligência para acabar com o que deveria ser chamado de 'A GUERRA DOS 12 DIAS'", escreveu Trump, no seu site Truth Social.
Um responsável iraniano confirmou anteriormente que Teerão tinha concordado com um cessar-fogo, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros do país disse que não haveria cessação das hostilidades a menos que Israel parasse os seus ataques.
Abbas Araqchi disse, esta terça-feira, que se Israel parasse a sua "agressão ilegal" contra o povo iraniano o mais tardar às 4 horas da manhã, hora de Teerão (0030 GMT), o Irão não teria intenção de continuar a sua resposta depois disso.
"A decisão final sobre a cessação das nossas operações militares será tomada mais tarde", acrescentou Araqchi num post no X.
Israel, a que se juntaram os Estados Unidos no fim-de-semana, levou a cabo ataques contra as instalações nucleares iranianas, após ter alegado que Teerão estava perto de obter uma arma nuclear.
O Irão nega ter um programa de armas nucleares, mas o líder supremo Ali Khamenei afirmou que, se quisesse, os líderes mundiais "não seriam capazes de nos impedir".
Israel, que não faz parte no Tratado Internacional de Não Proliferação, é o único país do Médio Oriente que se crê possuir armas nucleares. Israel não nega nem confirma este facto.
O primeiro-ministro do Qatar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, garantiu o acordo de Teerão durante um telefonema com responsáveis iranianos, disse um responsável informado sobre as negociações à Reuters esta terça-feira.
Texto integral em inglês: nL4N3SR0B8