EXCLUSIVO-Acordo de US$ 36 bilhões da Mars com a Kellanova enfrenta investigação antitruste da UE, dizem fontes

Por Foo Yun Chee

BRUXELAS, 18 Jun (Reuters) - A oferta de US$ 36 bilhões da Mars pela fabricante de Pringles, Kellanova KN, deve enfrentar uma investigação antitruste completa da UE, disseram pessoas próximas ao assunto na quarta-feira, o que pode exigir que a gigante dos doces se desfaça de ativos para resolver problemas de concorrência.

A Comissão Europeia, que atua como órgão de fiscalização antitruste no bloco de 27 países, está preocupada com a alta participação de mercado da Mars em alguns produtos em alguns países da União Europeia e seu portfólio de marcas fortes, disseram as fontes.

É improvável que a Mars, de propriedade familiar, ofereça soluções para amenizar tais preocupações durante a revisão preliminar do acordo pelo órgão de concorrência da UE, que termina em 25 de junho, disseram as fontes.

Encontrar soluções para lidar com os chamados efeitos de portfólio, que se referem a um portfólio combinado de produtos que impulsiona a posição dominante de uma empresa ou cria poder de mercado, pode ser difícil, dizem observadores antitruste.

A Comissão não quis comentar. Mars e Kellanova não responderam aos repetidos emails solicitando comentários.

O preço das ações da Kellanova caiu 1,1%, atingindo a mínima de 10 meses, após a Reuters informar no final do pregão.

O acordo que reúne marcas de M&Ms e Snickers a Pringles e Pop-Tarts sob o mesmo teto foi anunciado (link) pela Mars em agosto do ano passado e está entre os maiores negócios em um setor que passou por uma onda de consolidação, à medida que as empresas buscam escala para resistir ao impacto dos consumidores cansados da inflação cortando gastos e migrando para marcas próprias.

Varejistas europeus expressaram preocupações sobre o acordo, citando o poder de grandes fornecedores internacionais de produtos embalados de marca e os altos níveis de concentração em produtos como cereais matinais, refrigerantes, doces e sobremesas congeladas.

Eles dizem que essas altas fatias de mercado dão aos grandes fornecedores o poder de impor restrições e práticas em detrimento dos varejistas.