KANANASKIS, Alberta, Canadá, 16 Jun (Reuters) - O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou a cimeira do Grupo dos Sete, no Canadá, um dia mais cedo que o previsto, devido à situação no Médio Oriente, informou a Casa Branca, na segunda-feira.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Trump tinha feito uma oferta para um cessar-fogo entre Israel e Irão.
Trump já tinha pedido a todos que saíssem imediatamente de Teerão e reiterou que o Irão deveria ter assinado o acordo nuclear com os Estados Unidos.
"Muito foi feito, mas devido ao que se passa no Médio Oriente, o Presidente Trump vai sair esta noite depois do jantar com os Chefes de Estado", disse a secretária de Imprensa, Karoline Leavitt, no X.
O G7 tem-se esforçado por encontrar unidade em relação aos conflitos na Ucrânia e entre Israel e Irão, já que Trump expressou abertamente o seu apoio ao Presidente russo, Vladimir Putin, e impôs tarifas a muitos dos aliados presentes.
Trump concordou com uma declaração do grupo que apela ao desanuviamento do conflito entre Israel e Irão.
"Apelamos a que a resolução da crise iraniana conduza a um desanuviamento mais amplo das hostilidades no Médio Oriente, incluindo um cessar-fogo em Gaza", diz a declaração.
O G7 expressou apoio a Israel, dizendo que tem o direito de se defender e rotulou o seu rival Irão como uma fonte de instabilidade no Médio Oriente.
Macron disse que a partida de Trump foi positiva, dado o objectivo de conseguir um cessar-fogo.
"Há, de facto, uma oferta de encontro e intercâmbio. Foi feita uma oferta especialmente para conseguir um cessar-fogo e para depois dar início a conversações mais alargadas", disse Macron aos jornalistas.
"Temos de ver agora se as partes vão seguir a proposta".
Os líderes do G7 do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, juntamente com a UE, reúnem-se no resort de Kananaskis, nas Montanhas Rochosas canadianas, até terça-feira.
Falando ao lado do primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, Trump disse que o antigo Grupo dos Oito tinha errado ao expulsar a Rússia em 2014, após esta ter anexado a Crimeia.
"Foi um grande erro", disse Trump, acrescentando que acreditava que a Rússia não teria invadido a Ucrânia em 2022 se Putin não tivesse sido expulso.
"Putin fala comigo. Ele não fala com mais ninguém ... ele não é uma pessoa feliz com isso. Posso dizer que ele basicamente nem fala com as pessoas que o expulsaram, e eu concordo com ele", disse Trump.
Apesar de Trump não ter dito que a Rússia deveria ser reintegrada no grupo, os seus comentários levantaram dúvidas sobre o que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, poderá conseguir quando se encontrar com os líderes na terça-feira.
O Canadá abandonou qualquer esforço para adoptar um comunicado abrangente para evitar uma repetição da cimeira de 2018, no Quebec, quando Trump instruiu a delegação dos Estados Unidos a retirar sua aprovação do comunicado final após a partida.
Os líderes prepararam vários projectos de documentos vistos pela Reuters, incluindo sobre migração, inteligência artificial e minerais críticos. No entanto, nenhum deles foi aprovado pelos Estados Unidos, segundo fontes informadas sobre os documentos.