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Líderes do G7 buscam unidade enquanto Trump diz que tirar Rússia do grupo foi um erro

Reuters16 de jun de 2025 às 18:45

Por David Ljunggren e John Irish e Andreas Rinke

- Os líderes do Grupo dos Sete iniciam as negociações anuais nesta segunda-feira em meio à escalada das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que expulsar a Rússia do G8 foi um erro.

Os líderes de Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, países-membros do G7, juntamente com a União Europeia, estão reunidos em Kananaskis, nas Montanhas Rochosas canadenses, até terça-feira.

Com a escalada do conflito entre Israel e Irã, a cúpula no Canadá é vista como um momento vital para tentar restaurar uma aparência de unidade entre as potências democráticas.

Em um sinal inicial de que eles podem ter dificuldades para chegar a um acordo sobre questões importantes, uma autoridade dos EUA disse que Trump não assinará uma minuta de declaração pedindo a redução da escalada do conflito entre Israel e Irã.

Em discurso ao lado do primeiro-ministro canadense, Mark Carney, Trump disse que expulsar a Rússia do G8 foi um erro. Os membros removeram a Rússia em 2014 depois que ela anexou a Crimeia.

"Isso foi um grande erro", disse Trump. "Você não teria essa guerra. Você sabe que tem seu inimigo na mesa, eu nem considero, ele não era realmente um inimigo naquela época."

O Canadá abandonou qualquer esforço para adotar um comunicado amplo e abrangente para evitar a repetição de uma cúpula de 2018 em Quebec, quando Trump instruiu a delegação dos EUA a retirar sua aprovação do comunicado final depois de sair.

Líderes prepararam vários outros rascunhos de documentos aos quais a Reuters teve acesso, incluindo sobre migração, inteligência artificial e cadeias de suprimentos de minerais essenciais. No entanto, nenhum deles foi aprovado pelos EUA, de acordo com fontes informadas sobre os documentos.

Os europeus estão na mesma página na maioria das questões, disse um diplomata europeu. Mas sem Trump, não está claro se haverá alguma declaração, disse o diplomata.

Os primeiros cinco meses do segundo mandato de Trump alteraram a política externa em relação à Ucrânia, aumentaram a ansiedade sobre seus laços mais próximos com a Rússia e resultaram em tarifas comerciais sobre os aliados dos EUA.

As conversações desta segunda-feira se concentrarão na economia, no avanço dos acordos comerciais e na China.

Os esforços para chegar a um acordo para reduzir o limite de preço do G7 para o petróleo russo, mesmo que Trump decida não participar, foram complicados pelo aumento dos preços do petróleo desde que Israel lançou ataques contra o Irã em 12 de junho, disseram duas fontes diplomáticas. Os preços do petróleo caíam nesta segunda-feira com notícias de que o Irã está buscando uma trégua.

A escalada entre os dois inimigos regionais está no topo da agenda, com fontes diplomáticas dizendo que esperam conseguir pelo menos uma declaração conjunta para pedir moderação e um retorno à diplomacia e que incentivarão Trump a assinar uma declaração.

"Acho que há um consenso para a redução da escalada. Obviamente, o que precisamos fazer hoje é reunir isso e deixar claro como isso deve ser feito", disse o primeiro-ministro britânico Keir Starmer a repórteres.

RÚSSIA

Destacando o desconforto entre alguns dos aliados de Washington, Trump conversou no sábado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e sugeriu que o líder russo poderia desempenhar um papel de mediação entre Israel e o Irã.

O presidente da França, Emmanuel Macron, rejeitou a ideia, argumentando que Moscou não poderia ser um negociador porque havia iniciado uma guerra ilegal contra a Ucrânia.

Um diplomata europeu disse que a sugestão de Trump mostrou que a Rússia está muito presente na mente dos EUA.

"Aos olhos dos EUA, não há condenação para a Ucrânia; não há paz sem a Rússia; e agora até mesmo crédito por seu papel de mediação com o Irã. Para os europeus, este será um G7 realmente difícil", disse o diplomata.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, participarão da cúpula na terça-feira. Autoridades europeias disseram que esperam usar a reunião e a cúpula da Otan da próxima semana para convencer Trump a endurecer sua posição em relação a Putin.

"O G7 deve ter o objetivo de nos fazer convergir novamente, para que a Ucrânia obtenha um cessar-fogo que leve a uma paz robusta e duradoura e, na minha opinião, é uma questão de ver se o presidente Trump está pronto para apresentar sanções muito mais duras contra a Rússia", disse Macron.

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS ES VB

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