Por Aditya Kalra e Munsif Vengattil
NOVA DÉLHI, 13 Jun (Reuters) - Quase todos os iPhones exportados pela Foxconn da Índia foram para os Estados Unidos entre março e maio, mostraram dados alfandegários, muito acima da média de 50% de 2024 e um sinal claro dos esforços da Apple para contornar as altas tarifas dos EUA impostas à China.
Os números, divulgados pela Reuters pela primeira vez, mostram que a Apple realinhou suas exportações para a Índia para atender quase exclusivamente o mercado dos EUA, quando antes os dispositivos eram mais amplamente distribuídos para países como Holanda, República Tcheca e Grã-Bretanha.
Durante março-maio, a Foxconn exportou iPhones no valor de $ 3,2 bilhões da Índia, com uma média 97% enviado para os Estados Unidos, em comparação com a média de 2024 de 50,3%, de acordo com dados alfandegários disponíveis comercialmente vistos pela Reuters.
As remessas de iPhone da Foxconn para os Estados Unidos em maio de 2025 valeram aproximadamente US$ 1 bilhão, o segundo maior valor da história, depois do recorde de US$ 1,3 bilhão em dispositivos enviados em março, mostraram os dados.
A Apple e a Foxconn não responderam aos pedidos de comentários da Reuters.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quarta-feira que a China enfrentará tarifas de 55% (link) depois que os dois países concordaram com um plano, sujeito à aprovação de ambos os líderes, para aliviar as taxas que atingiram três dígitos.
A Índia está sujeita, como a maioria dos parceiros comerciais dos EUA, a uma tarifa básica de 10% e está tentando negociar um acordo para evitar uma taxa "recíproca" de 26% que Trump anunciou e depois suspendeu em abril.
O aumento da produção da Apple na Índia atraiu forte repreensão de Trump (link) em maio. "Não estamos interessados em vocês construírem na Índia. A Índia pode cuidar de si mesma, eles estão indo muito bem. Queremos que vocês construam aqui", Trump se lembrou de ter dito ao presidente-executivo Tim Cook.
Nos primeiros cinco meses deste ano, a Foxconn já enviou iPhones no valor de $ 4,4 bilhões para os EUA da Índia, em comparação com US$ 3,7 bilhões em todo o ano de 2024.
A Apple vem tomando medidas para acelerar a produção na Índia e contornar as tarifas, o que tornaria os telefones enviados da China para os EUA muito mais caros. Em março, fretou aviões para transportar (link) Modelos de iPhone 13, 14, 16 e 16e valem aproximadamente US$ 2 bilhões para os Estados Unidos.
A Apple também pressionou as autoridades aeroportuárias indianas para reduzir o tempo necessário para liberação alfandegária no aeroporto de Chennai, no estado de Tamil Nadu, no sul do país, de 30 horas para seis horas, informou a Reuters. O aeroporto é um centro importante para exportações de iPhone.
"Esperamos que os iPhones fabricados na Índia representem de 25% a 30% das remessas globais de iPhone em 2025, em comparação com 18% em 2024", disse Prachir Singh, analista sênior da Counterpoint Research.
A Tata Electronics, a outra fornecedora menor do iPhone da Apple na Índia, enviou em média quase 86 % da produção de iPhones para os EUA durante março e abril, segundo dados alfandegários. Os dados de maio não estavam disponíveis.
A empresa, parte do Grupo Tata da Índia, começou a exportar iPhones apenas em julho de 2024, e apenas 52 % de suas remessas foram para os EUA em 2024, mostraram os dados.
A Tata não quis comentar os números.
O primeiro-ministro indiano Narendra Modi promoveu a Índia como um centro de fabricação de smartphones nos últimos anos, mas as altas taxas sobre a importação de componentes de celulares, em comparação com muitos outros países, significam que ainda é caro produzir os dispositivos na Índia.
Historicamente, a Apple vendeu mais de 60 milhões de iPhones nos EUA a cada ano, com cerca de 80% fabricados na China.