Por Jessica DiNapoli
NOVA YORK, 29 Mai (Reuters) - O conselho independente da Ben & Jerry's afirmou que o conflito em Gaza é um genocídio, intensificando uma amarga disputa com sua controladora de longa data, a Unilever ULVR.L, sediada em Londres.
"A Ben & Jerry's acredita nos direitos humanos e defende a paz, e nos juntamos àqueles que, em todo o mundo, denunciam o genocídio em Gaza", disse o conselho em uma declaração obtida pela Reuters.
"Estamos ao lado de todos que levantam suas vozes contra o genocídio em Gaza -- desde os que assinam petições até os que fazem passeatas nas ruas e os que arriscam ser presos."
A Unilever e a Ben & Jerry's estão em desacordo desde pelo menos 2021, quando a fabricante de sorvetes disse que pararia de vender na Cisjordânia ocupada por Israel.
No ano passado, a Ben & Jerry's processou sua controladora por supostamente tentar silenciá-la em relação à situação em Gaza e por críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Sua declaração sobre Gaza é incomum para uma grande marca norte-americana.
Um porta-voz da Unilever disse que os comentários refletem a opinião do conselho independente de missão social da Ben & Jerry's, e que eles não falam por ninguém além deles mesmos.
"Pedimos paz na região e alívio para todos aqueles cujas vidas foram afetadas", acrescentou o porta-voz.
A Unilever solicitou a um juiz norte-americano que rejeite o processo da Ben & Jerry's. A empresa também está em processo de separar sua divisão de sorvetes, incluindo a Ben & Jerry's, sediada em Vermont, para formar uma empresa independente.
A Ben & Jerry's afirma que seu acordo de fusão com a Unilever, firmado em 2000, concedeu ao seu conselho independente a "responsabilidade primária" de promover a missão social da empresa. O ponto central da disputa entre a Ben & Jerry's e a Unilever é justamente o grau de autonomia que esse conselho realmente possui.
(Reportagem de Jessica DiNapoli em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo))
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