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Fusão entre Petz e Cobasi fica sob escrutínio após nota técnica do Cade, diz BTG

Reuters27 de mai de 2025 às 13:08

Por Paula Arend Laier

- Nota técnica produzida pelo Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a fusão entre Petz PETZ3.SA e Cobasi citou riscos à concorrência, especialmente no segmento de varejo físico de animais de estimação.

O relatório foi produzido após pedido da Superintendência-geral do órgão antitruste, registrado na semana passada, buscando uma análise mais profunda da operação antes da aprovação final.

De acordo com analistas do BTG Pactual, um dos destaques da nota do DEE é que, em muitos dos 491 mercados locais analisados, a empresa combinada deteria mais de 50% de participação de mercado, "ultrapassando limites de concentração considerados críticos".

Luiz Guanais e equipe do BTG também chamaram a atenção para a observação de que, embora pequenos grupos ainda possam entrar nesses mercados, concorrentes de médio e grande portes têm recuado, levantando preocupações sobre a dinâmica concorrencial pós-fusão.

Além disso, acrescentaram os analistas do BTG, terceiros, como a Petlove, se opuseram ao acordo, alegando que o negócio pode enfraquecer a concorrência contra grupos menores e marketplaces, como Amazon AMZN.O e Mercado Livre MELI.O.

Petz e Cobasi anunciaram planos para a combinação de seus negócios em agosto do ano passado, criando a maior companhia no setor do país. O acordo prevê que a Petz será uma subsidiária integral da Cobasi. Além disso, os acionistas da Petz terão 52,6% da empresa combinada

"No contexto do desafiador mercado pet - tanto no Brasil quanto globalmente, não descartamos que o acordo entre a Petz e a Cobasi pode levar à otimização de suas estruturas de custos - e presença em lojas - e a algum poder de barganha com os fornecedores", afirmaram os analistas do BTG.

"No entanto, vale ressaltar que a natureza altamente competitiva do mercado brasileiro, com Mercado Libre e Amazon aumentando seus esforços na categoria, pode impedir uma precificação mais eficiente", acrescentaram, avaliando que as ações devem continuar suscetíveis a notícias sobre o acordo.

De acordo com a equipe do BTG, a expectativa inicial é que o negócio seja aprovado apenas no segundo semestre de 2025, enquanto há alguma incerteza sobre as medidas a serem impostas pela autoridade antitruste.

Na véspera, as ações da Petz fecharam em queda de mais de 3%. Desde o anúncio do memorando de entendimento entre as companhias, os papéis acumulam uma valorização de quase 34%. Nesta terça-feira, as ações da Petz mostravam alta de 0,7%, cotadas a R$4,37, enquanto o Ibovespa .BVSP mostrava ganho de 0,37%.

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