TREASURIES-Rebaixamento dos EUA pela Moody's pesa sobre títulos de prazo mais longo

CINGAPURA/LONDRES, 19 Mai (Reuters) - O rendimento dos Treasuries de 30 anos atingiu o maior valor do ano nesta segunda-feira, depois que os Estados Unidos perderam sua recomendação de crédito Aaa da Moody´s, o que representou um forte lembrete aos investidores sobre a resiliência das finanças do governo dos EUA.

A agência Moody's rebaixou na sexta-feira a classificação de crédito dos Estados Unidos em um degrau, de "Aaa" para "Aa1", citando dívida e juros crescentes, "que são significativamente mais altos do que os de soberanos com classificação semelhante".

O corte em si não foi uma grande surpresa para os investidores, já que as agências Fitch e S&P Global rebaixaram a recomendação dos Estados Unidos anos atrás. No entanto, o impacto na confiança era palpável nos mercados, já que os rendimentos dos Treasuries subiam e o dólar e os futuros acionários caíam.

Somando-se à preocupação, o projeto de lei de corte de impostos do presidente dos EUA, Donald Trump, obteve aprovação de um importante comitê do Congresso no domingo, avançando para uma possível aprovação na Câmara dos Deputados nesta semana.

Analistas apartidários afirmam que o projeto de lei pode acrescentar de US$3 trilhões a US$5 trilhões à dívida de US$ 36,2 trilhões do país na próxima década.

O rendimento dos Treasuries de 30 anos US30YT=RR saltou mais de 12 pontos-base, atingindo a máxima do ano de 5,2%.

"A confiança foi abalada (nos mercados dos EUA) e levará algum tempo para que ela retorne", disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG.

A confiança dos investidores nos ativos financeiros dos EUA tem sofrido uma erosão constante este ano, uma vez que as políticas comerciais erráticas e agressivas de Trump alimentam os temores de recessão.

O rendimento dos títulos de 10 anos US10YT=RR subiam cerca de 11 pontos-base, para 4,55%, enquanto os títulos de 2 anos US2YT=RR ficavam praticamente inalterados.

O custo do seguro contra um calote soberano dos EUA - que tanto os investidores quanto as agências de recomendação de crédito concordam estar fora de cogitação - subia nesta segunda-feira.

Os credit default swaps de cinco anos, que os detentores de títulos usam para se proteger contra o risco de inadimplência, subiram para 55 pontos-base, de 54 pontos na sexta-feira, de acordo com a S&P Global Market Intelligence.

(Reportagem de Johann M Cherian e Amanda Cooper)

((Tradução Redação São Paulo))

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