XANGAI, 14 Mai (Reuters) - A Tesla planeja começar a enviar componentes da China para os EUA para a produção de caminhões Cybercab e Semi a partir do final deste mês, depois que os EUA e a China chegaram a uma trégua sobre tarifas, disse uma pessoa com conhecimento direto.
A medida, relatada pela Reuters pela primeira vez, ilustra como a redução da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, após as negociações em Genebra no fim de semana, está tendo um impacto imediato na atividade empresarial.
A Reuters informou no mês passado que a Tesla havia suspendido (link) planeja enviar os componentes depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou as tarifas sobre produtos chineses para 145%, potencialmente interrompendo o plano da Tesla de iniciar a produção em massa dos modelos tão aguardados.
A trégua anunciada na segunda-feira viu os EUA e a China concordarem em recuar (link) a maior parte das tarifas e outras contramedidas.
A fonte, no entanto, acrescentou que a situação ainda pode mudar, citando a imprevisibilidade do governo Trump. A fonte não quis ser identificada, pois o assunto é confidencial.
A Tesla não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Tesla pretende iniciar a produção experimental dos dois modelos em outubro e a produção em massa em 2026, com o Cybercab a ser produzido no Texas e o Semi em Nevada, informou a Reuters anteriormente.
A Tesla vem buscando aprovações dos governos estaduais para um serviço de robotáxi com uma frota de Cybercabs sem volante ou pedais de controle. A empresa revelou o conceito em outubro e prometeu começar a fabricar o veículo até 2026, a um preço inferior a US$ 30.000.
A Tesla também planeja aumentar a produção de seus caminhões Semi em 2026 e acelerar as entregas de pedidos há muito atrasados (link) para clientes, incluindo a PepsiCo PEP.O.
As tarifas de Trump, que visavam impulsionar a produção industrial dos EUA, prejudicaram seu aliado político, o presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, que repetidamente expressou seu apoio ao livre comércio e objeções às tarifas.
No mês passado, Musk disse a analistas em uma teleconferência sobre os lucros do primeiro trimestre que ele pressionou por tarifas mais baixas para Trump, mas que a decisão final caberia ao presidente dos EUA.
Vaibhav Taneja, diretor financeiro da Tesla, disse na mesma teleconferência que as tarifas também estavam prejudicando os investimentos de capital, já que a Tesla teve que trazer equipamentos de fora dos EUA, principalmente da China, para expandir as linhas de produção domésticas.