Por Maggie Fick
13 Mai (Reuters) - presidente dos EUA, Donald Trump (link) assinou uma ampla decreto (link) na segunda-feira, instruindo os fabricantes de medicamentos a baixar os preços (link) de seus medicamentos prescritos para se alinharem ao que outros países pagam.
A ordem dizia que a administração Trump dará metas de preços aos fabricantes de medicamentos dentro de um mês e, se não conseguirem fazer “progressos significativos”, podem recorrer a acções ou medidas regulamentares como a importação de medicamentos - - no entanto analistas e especialistas jurídicos (link) dizem que tais medidas seriam difíceis de implementar.
Aqui está o que você precisa saber:
QUAL É A POSIÇÃO DE TRUMP SOBRE OS PREÇOS DOS MEDICAMENTOS PRESCRITOS?
Trump critica duramente a indústria farmacêutica há anos por causa do preço dos medicamentos nos Estados Unidos. Ele também repreende outras nações ricas por "se aproveitarem" da inovação farmacêutica norte-americana.
Durante seu primeiro mandato, em 2017, ele acusou a indústria de "sair impune de um assassinato". (link) nos preços que cobram do governo pelos medicamentos prescritos.
Preços de referência internacionais propostos por Trump (link) programa foi bloqueado por um tribunal (link) em 2020.
Durante sua campanha presidencial de 2024, Trump disse que os norte-americanos estavam pagando mais por medicamentos em comparação a outras nações e prometeu tomar medidas.
Na segunda-feira, ele disse que quer "equalizar" os preços com outros países implementando tarifas (link).
OS PREÇOS DOS MEDICAMENTOS NOS EUA SÃO MAIS CAROS?
Sim. Os EUA pagam mais por medicamentos prescritos no mundo, muitas vezes quase três vezes mais do que outros países desenvolvidos.
O Eliquis, anticoagulante mais vendido da Bristol Myers Squibb BMY.N e da Pfizer PFE.N, tem um preço de tabela nos EUA de US$ 606 para um suprimento mensal. O governo anterior do presidente democrata Joe Biden negociou esse preço para US$ 295 para o Medicare, que entra em vigor em 2026, mas o medicamento custa US$ 114 na Suécia e apenas US$ 20 no Japão.
O QUE TRUMP VAI FAZER SOBRE ISSO?
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump reiterou que quer acabar com essa desigualdade. No domingo, ele anunciou (link) no Truth Social que ele assinaria uma decreto para buscar preços de "nação mais favorecida".
Também conhecido como preço de referência internacional, ele busca diminuir a diferença entre os preços de medicamentos nos EUA e no exterior. A Reuters noticiou em abril que tal política estava sendo considerada.
A decreto de segunda-feira divergiu do que as farmacêuticas esperavam. Fontes lobistas haviam dito à Reuters, antes da assinatura da ordem na segunda-feira, que esperavam que o preço da "nação mais favorecida" fosse aplicado aos medicamentos para pacientes do Medicare. Mas a ordem parecia se aplicar a todos os medicamentos.
Separadamente, Trump também pressionou os fabricantes de medicamentos (link) para impulsionar a produção industrial dos EUA (link). Sua administração está conduzindo uma investigação (link) sobre importações de produtos farmacêuticos, numa tentativa de cobrar tarifas sob a alegação de que a dependência da produção estrangeira de medicamentos ameaça a segurança nacional.
COMO ISSO DIFERE DOS ESFORÇOS ANTERIORES DE REDUÇÃO DE PREÇOS?
A Lei de Redução da Inflação de Biden permite que o governo negocie o preço de seus medicamentos mais caros dentro do Medicare.
Os preços (link) para os primeiros 10 medicamentos prescritos que negociou, ainda eram, em média, mais do dobro, e em alguns casos cinco vezes, do que os fabricantes de medicamentos tinham acordado (link) em quatro outros países de alta renda, informou a Reuters anteriormente.
QUAL É A RESPOSTA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA?
A indústria se opõe fortemente à perspectiva de preços drasticamente mais baixos para medicamentos nos Estados Unidos, o maior mercado farmacêutico do mundo.
Duas fontes da indústria disseram à Reuters no mês passado que qualquer política deste tipo seria mais preocupante (link) para a indústria do que outras potenciais medidas governamentais, como tarifas sobre medicamentos importados (link).
O principal grupo de lobby dos fabricantes de medicamentos dos EUA, a Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, conhecida como PhRMA, disse: "para reduzir os custos para os norte-americanos, precisamos abordar os verdadeiros motivos pelos quais os preços nos EUA estão mais altos: países estrangeiros não pagando sua parte justa e intermediários aumentando os preços para pacientes dos EUA".
"A nação mais favorecida é uma proposta profundamente falha que devastaria as pequenas e médias empresas de biotecnologia do nosso país", disse John Crowley, presidente-executivo da BIO, o principal grupo comercial dos EUA para empresas de biotecnologia, em um comunicado.
QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA CUMPRIR A ORDEM?
Especialistas alertam que referenciar preços de outros países é complexo, pois muitos medicamentos vendidos nos EUA não estão disponíveis no exterior, e alguns países não publicam quanto pagam pelos medicamentos ou levam anos para negociar os preços.
Os EUA não compram medicamentos diretamente para um sistema nacional de saúde, como fazem países como Inglaterra e Alemanha, em vez disso, confiam no setor privado para gerenciar as negociações de preços de medicamentos para planos de saúde governamentais e privados.
Analistas disseram que implementar a ordem ampla seria difícil.
A decreto também provavelmente enfrentará desafios legais, principalmente por exceder os limites estabelecidos pela lei dos EUA, inclusive sobre importações de medicamentos do exterior, disseram especialistas jurídicos.