tradingkey.logo

Aldeões são retirados de linha de fogo ao longo da fronteira da Índia com o Paquistão

Reuters8 de mai de 2025 às 16:52

Por Aftab Ahmed

- Kalia Devi estava entre as centenas de civis amedrontados que foram retirados antes do amanhecer da linha de fogo ao longo da fronteira noroeste da Índia com o Paquistão, à medida que os confrontos entre os dois arquirrivais com armas nucleares se intensificavam.

A Índia afirma que pelo menos 13 de seus civis foram mortos e 59 ficaram feridos por tiros e bombardeios na fronteira, enquanto o Paquistão diz que pelo menos 31 de seus civis morreram e cerca de 50 ficaram feridos por ataques aéreos e artilharia indianos.

"O medo entrou em meu coração", disse Devi, de 50 anos, sentada nos degraus de uma faculdade nos arredores da cidade de Jammu, repleta de estudantes há apenas algumas semanas.

Devi, uma diarista, tinha vindo recentemente com 15 parentes de Bihar, uma das regiões mais pobres da Índia, para trabalhar na aldeia de Akhnoor, perto de Jammu, na parte administrada pela Índia da região disputada da Caxemira, no Himalaia.

"Temos que viver primeiro", disse ela. "Se isso (o conflito) não for resolvido logo, teremos que pensar em ir embora."

Centenas de pessoas como ela foram retiradas em ônibus, na quarta-feira, de dois vilarejos fronteiriços que já haviam sido alvo de fogo cruzado entre os antigos inimigos, e levadas para uma faculdade a 20 quilômetros da fronteira convertida em abrigo para os deslocados.

Explosões soaram em Jammu no final desta quinta-feira, durante o que fontes militares indianas disseram suspeitar ser um ataque de drones paquistaneses na região, no segundo dia de grandes confrontos entre as potências do sul da Ásia.

Potências mundiais, desde os EUA até a Rússia e a China, pediram calma em uma das regiões mais perigosas e mais populosas do mundo, que é um ponto de conflito nuclear.

Os esforços para afastar os moradores da fronteira ocorreram para salvar vidas civis, de acordo com um policial indiano que não quis se identificar.

"No dia anterior, ouviam-se tiros por uma hora inteira à meia-noite e depois outra fuzilaria às 4h da manhã (horário local)", disse a refugiada Pratima Devi. "Eu simplesmente não conseguia dormir de medo. Mas dormi em paz na faculdade na noite passada."

As salas de aula da faculdade foram convertidas em quartos com colchões finos para acomodar cerca de 400 pessoas, substituindo mesas e cadeiras. Autoridades indianas designaram dois médicos para a instalação e providenciaram refeições básicas.

Perto dali, um retiro espiritual hindu também foi transformado em abrigo para centenas de pessoas deslocadas, principalmente mulheres e crianças.

"Esta é uma área de fronteira e, devido às (altas) chances de tiroteio, fomos transferidos para cá. Nos sentimos protegidos aqui", disse Sameer Pawar, de 11 anos, em inglês.

A maioria dos deslocados são fazendeiros ou trabalhadores diários que ganham, em média, o equivalente a menos de US$ 60 por mês.

(Reportagem de Aftab Ahmed)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

Aviso legal: as informações fornecidas neste site são apenas para fins educacionais e informativos e não devem ser consideradas consultoria financeira ou de investimento.
Tradingkey
Tradingkey
KeyAI