7 Mai (Reuters) - A oposição venezuelana disse nesta quarta-feira que o governo do presidente Nicolás Maduro foi surpreendido pela saída de cinco pessoas detidas na residência da embaixada argentina em Caracas, em meio ao silêncio oficial sobre o episódio na capital do país.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou na terça-feira a libertação de aliados da líder oposicionista María Corina Machado da residência diplomática argentina em Caracas, onde viviam desde março de 2024, após o anúncio de mandados de prisão contra eles.
O Comando con Venezuela, plataforma que apoia Machado e o ex-candidato presidencial Edmundo González, não deu detalhes da operação que descreveu na rede social X como "coordenada pelos Estados Unidos e outros aliados democráticos".
A declaração foi posteriormente excluída e substituída por uma comunicação idêntica que, no entanto, não mencionava a coordenação "pelos Estados Unidos e outros aliados democráticos" em seu primeiro parágrafo, em uma edição atribuída ao fato de Rubio já ter mencionado a questão, disse uma pessoa familiarizada com o caso.
O Ministério das Comunicações não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
"Obrigado aos governos dos Estados Unidos e da Argentina por agirem com determinação. O que eles fizeram é mais do que uma operação, é uma mensagem clara para o país e para o mundo", disse González no X.
Os membros do grupo contarão suas histórias "nos próximos dias", acrescentou a plataforma, que também agradeceu ao presidente dos EUA, Donald Trump, a Rubio e ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Também agradeceu ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cujo país tem a custódia da residência argentina após a expulsão dos funcionários do país em meados do ano passado.
O governo brasileiro disse em um comunicado nesta quarta-feira que tentou repetidamente obter salvo-conduto para os opositores venezuelanos.
"As reiteradas gestões não foram atendidas, o que prolongou a difícil situação humanitária na residência da embaixada argentina em Caracas, que se encontrava cercada por forças de segurança. O anúncio da saída põe fim a esse episódio e ao drama vivido pelos asilados durante mais de 400 dias", disse o governo em Brasília por meio de nota.
Duas fontes disseram à Reuters nesta quarta-feira que a mãe de Machado, Corina Parisca de Machado, de 85 anos, também deixou a Venezuela em segurança.
Desde a eleição, Corina, que está escondida na Venezuela, vinha se queixando com frequência das forças de segurança que se reúnem em frente à casa de sua mãe.
(Reportagem da Reuters; Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em Brasília)
((Tradução Redação Brasília))
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