Por Jason Lange
WASHINGTON, 30 Abr (Reuters) - O índice de aprovação do presidente Donald Trump manteve-se estável esta semana, mas o descontentamento está aumentando em relação à forma como ele lida com a economia e à abordagem linha-dura na imigração, mostrou uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.
A sondagem, feita ao longo de três dias e concluída no domingo, mostrou que 42% dos entrevistados aprovam o desempenho do líder republicano no cargo, sem alteração em relação a uma pesquisa anterior da Reuters/Ipsos realizada uma semana antes. A parcela de pessoas que desaprovam sua presidência também se manteve estável em 53%.
A leitura de 42% está abaixo da aprovação de 47% em uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada nas horas seguintes à posse de 20 de janeiro.
A parcela de entrevistados que aprova a administração econômica de Trump diminuiu um ponto percentual, para 36%, o nível mais baixo em seu mandato atual e em sua presidência de 2017-2021, enquanto a desaprovação aumentou 5 pontos, para 56%.
Os temores de uma recessão aumentaram nas últimas semanas, conforme Trump lançou uma guerra comercial global, elevando as tarifas a um nível tão alto que os economistas alertam que o comércio com alguns países -- principalmente a China -- poderá praticamente estancar. As medidas abalaram investidores e empresas. Na terça-feira, por exemplo, a gigante das entregas United Parcel Service disse que cortará 20 mil empregos.
A inflação continuou a ser um ponto sensível. A vitória de Trump na eleição presidencial de novembro ocorreu depois que a inflação acelerou durante o governo de seu antecessor democrata, Joe Biden. Mas o ritmo da inflação quase não diminuiu com Trump e 59% dos entrevistados na última pesquisa Reuters/Ipsos desaprovaram sua forma de lidar com o custo de vida nos Estados Unidos, em comparação com 32% que aprovaram.
Trump obtém as notas mais altas no quesito imigração, com 45% dos entrevistados aprovando sua maneira de lidar com a questão, mantendo-se estável em relação à sondagem anterior.
Mas o descontentamento também cresceu nesse aspecto, com seu índice de desaprovação sobre o tema subindo 2 pontos, para 48%. Trump lançou uma campanha agressiva de fiscalização após assumir o cargo em 20 de janeiro, enviando tropas para a fronteira sul e prometendo deportar milhões de imigrantes que estão ilegalmente nos EUA.
Os democratas e os defensores dos direitos civis criticaram as táticas de fiscalização intensificadas de Trump, incluindo os casos de várias crianças que são cidadãs americanas e que foram recentemente deportadas com seus pais. Uma das crianças tem uma forma rara de câncer, de acordo com a American Civil Liberties Union.
Cerca de 11% dos entrevistados na pesquisa Reuters/Ipsos disseram que a imigração é o problema mais importante enfrentado pelos Estados Unidos, em comparação com 14% no final de janeiro. A parcela dos entrevistados que disseram que a economia era a principal preocupação na última pesquisa não mudou muito, ficando em 22%. A parcela que disse que o maior problema era o extremismo político e as ameaças à democracia ficou em 26%, acima dos 20% do final de janeiro.
A pesquisa Reuters/Ipsos entrevistou 1.029 adultos norte-americanos em todo o país e tem uma margem de erro de cerca de 3 pontos percentuais.
((Tradução Redação Brasília))
REUTERS IV