PARIS, 28 Abr (Reuters) - A França não pensará duas vezes antes de reimpor as sanções das Nações Unidas ao Irã se as negociações para chegar a um acordo sobre seu programa nuclear não forem bem-sucedidas, disse seu ministro das Relações Exteriores ao Conselho de Segurança da ONU na noite de segunda-feira.
França, Reino Unido e Alemanha -- o "E3" -- são partes de um acordo nuclear de 2015 com o Irã que expira em outubro e têm o poder de iniciar seu mecanismo de reimposição de sanções, chamado snapback, no Conselho de Segurança.
"Não é preciso dizer que, quando o acordo nuclear iraniano expirar em algumas semanas, se os interesses de segurança europeus não forem garantidos, não hesitaremos nem por um segundo em reaplicar todas as sanções que foram suspensas há 10 anos", disse Jean-Noel Barrot.
O Irã e os Estados Unidos, que abandonaram o acordo de 2015 e reimpuseram suas próprias sanções, têm mantido conversações sobre o impasse de décadas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que está confiante em conseguir um novo pacto que bloquearia o caminho do Irã para uma bomba nuclear, embora o Irã diga que seu programa é puramente civil.
De acordo com diplomatas, os países do E3 estão agora procurando desencadear o snapback em agosto, em vez de junho, se nenhum acordo substancial puder ser encontrado até lá. A oportunidade expira em 18 de outubro.
"Essas sanções fechariam permanentemente o acesso do Irã à tecnologia, aos investimentos e ao mercado europeu, com efeitos devastadores sobre a economia do país. Não é isso que queremos, e é por isso que eu peço solenemente ao Irã que tome as decisões necessárias hoje para evitar o pior", disse Barrot.
O Irã propôs uma reunião com o E3, possivelmente em Roma nesta sexta-feira, se as negociações forem retomadas com os Estados Unidos, disseram quatro diplomatas na segunda-feira, alertando que o E3 ainda não respondeu.
(Reportagem de John Irish)
((Tradução Redação São Paulo))
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