Futuros estáveis, balanços à frente, Bessent sobre tensões comerciais - o que move os mercados

Investing.com — Os futuros de ações dos EUA recuam antes de uma semana repleta de relatórios importantes de lucros e tensões tarifárias contínuas. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, não confirma a afirmação do presidente Donald Trump de que negociações comerciais entre os EUA e a China estão em andamento. A Airbus (EPA:AIR) finaliza um acordo para assumir alguns ativos do fornecedor Spirit AeroSystems (NYSE:SPR), e o ouro cai à medida que as esperanças de alívio nas disputas comerciais reduziram a demanda pelo metal precioso como refúgio seguro.

1. Futuros em baixa

Os futuros de ações dos EUA caíram ligeiramente na segunda-feira, com os investidores voltando sua atenção para uma semana de balanços corporativos cruciais que ocorrem em um contexto de tensões internacionais impulsionadas por tarifas.

Às 04:34 (horário de Brasília), o contrato de futuros do Dow havia recuado 37 pontos, ou 0,1%, o S&P 500 futuro caiu 9 pontos, ou 0,2%, e os futuros do Nasdaq 100 recuaram 31 pontos, ou 0,2%.

As principais médias em Wall Street fecharam em alta na sexta-feira, com os mercados avaliando os resultados das empresas e buscando sinais de alívio na disputa comercial entre os EUA e a China.

O setor de tecnologia esteve entre os maiores ganhadores, sustentado por uma alta de 1,7% nas ações da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora do Google, que relatou um aumento na receita de nuvem e informou aos investidores que seus investimentos muito analisados em inteligência artificial estavam dando resultado.

Pequim decidiu isentar algumas importações americanas de suas pesadas tarifas de 125%, que havia imposto em resposta às enormes taxas de 145% anunciadas por Washington. No entanto, a China rejeitou as afirmações do presidente Donald Trump de que os dois países realizaram negociações comerciais (mais detalhes abaixo).

As preocupações sobre o impacto generalizado das tarifas mostraram sinais recentes de crescimento, segundo a leitura final de uma pesquisa importante sobre o sentimento do consumidor americano divulgada na sexta-feira. O indicador da Universidade de Michigan estava em seu nível mais baixo desde julho de 2022, embora tenha sido ligeiramente revisado para cima em relação à leitura preliminar.

2. Balanços de hoje

Um desfile de balanços corporativos americanos continua esta semana, começando com várias empresas na segunda-feira após o fechamento dos mercados.

NXP Semiconductors (NASDAQ:NXPI), Nucor Corporation (NYSE:NUE), Cincinnati Financial (NASDAQ:CINF) e SBA Communications (NASDAQ:SBAC) estão entre os nomes programados para divulgar resultados.

Das mais de 175 empresas do S&P 500 que já reportaram até agora, mais de 70% superaram as expectativas, de acordo com dados da LSEG citados pela Reuters. Os lucros agregados do S&P 500 para o período de janeiro a março agora devem aumentar 9,7% em relação ao ano anterior, acima da estimativa de 8,0% em 1º de abril, informou a Reuters.

Embora os números trimestrais dessas empresas tenham estado em foco, grande parte da atenção tem se concentrado em como as empresas estão se preparando para o efeito das elevadas tarifas americanas. Várias empresas reduziram ou abandonaram suas projeções, sinalizando que o cenário econômico nos próximos meses permanece incerto.

3. Bessent sobre China e tarifas

A incerteza nubla a trajetória de qualquer distensão na disputa comercial EUA-China, particularmente depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, não confirmou neste fim de semana a afirmação de Trump de que conversas entre Washington e Pequim haviam começado.

Bessent acrescentou que não sabia se Trump havia falado com o presidente chinês Xi Jinping, mesmo depois que a Casa Branca indicou que estava aberta a reduzir as tensões comerciais. Trump havia dito que as discussões estavam ocorrendo com a China e que ele teve uma conversa com Xi.

Falando ao programa "This Week" da ABC, Bessent apenas observou que Trump e Xi têm um "relacionamento muito bom e muito respeito um pelo outro". Bessent também disse que teve interações com autoridades da China nas reuniões do Fundo Monetário Internacional da semana passada em Washington. Ele não disse se eles conversaram sobre tarifas.

Nos últimos dias, Bessent, que é visto como um jogador importante em qualquer negociação potencial, disse que as conversas serão um "trabalho árduo" e não estabeleceu um cronograma para um possível acordo.

4. Airbus finaliza acordo com Spirit Aero

A Airbus finalizou um acordo para assumir alguns ativos da Spirit AeroSystems, em um passo adiante para uma divisão planejada do fornecedor de jatos em dificuldades com o grupo americano Boeing (NYSE:BA).

O anúncio ocorre depois que a Boeing concordou no ano passado em recomprar a Spirit AeroSystems por US$ 4,7 bilhões em ações, e a Airbus disse que assumiria as atividades deficitárias da empresa focadas na Europa.

No acordo atual, a Airbus, o gigante europeu da fabricação de aviões, disse que disponibilizaria linhas de crédito sem juros no valor de US$ 200 milhões para a Spirit. A Airbus também receberá US$ 439 milhões em compensação da Spirit, além da produção de asas do A220 em uma fábrica em Belfast, Irlanda do Norte.

A CFO da Spirit, Irene Esteves, chamou o acordo de "marco significativo" enquanto a empresa trabalha para concluir a aquisição pela Boeing.

5. Ouro em queda

Os preços do ouro estenderam as quedas na segunda-feira, afastando-se das máximas históricas, à medida que sinais de um possível abrandamento nas tensões comerciais entre EUA e China pesaram sobre a demanda pelo metal como refúgio seguro.

Às 04:35 (horário de Brasília), o ouro à vista caiu 1,0% para US$ 3.283,62 por onça, enquanto o ouro futuro com vencimento em junho recuou 0,1% para US$ 3.293,51 por onça.

Os investidores também aguardam dados cruciais de empregos dos EUA para abril, programados para sexta-feira, bem como dados do PIB americano do primeiro trimestre e o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, o índice de preços PCE, esta semana.

Esses números podem influenciar os planos de taxas de juros do Fed, que sinalizou que adotará uma abordagem de esperar para ver nas futuras decisões de política devido à incerteza comercial global.

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