Procuradores acusam homem de Vancouver de ataque a festival filipino que provocou 11 mortes

VANCOUVER, 27 Abr (Reuters) - Procuradores canadianos acusaram um habitante de 30 anos de Vancouver de homicídio após matar pelo menos 11 pessoas com idades entre os 5 e os 65 anos e ferir dezenas depois de atropelar uma multidão com um SUV num festival comunitário filipino nesta cidade do oeste do Canadá, informou a polícia no domingo.

O homem, Kai-Ji Adam Lo, recebeu oito acusações de homicídio de segundo grau por parte de procuradores da Colúmbia Britânica e "novas acusações são esperadas", segundo uma publicação no X da Polícia de Vancouver.

Lo compareceu ao tribunal no domingo, horas após a polícia o ter detido no local do incidente, na noite de sábado. Documentos judiciais vistos pela Reuters não mostravam uma declaração de culpa.

As autoridades descreveram Lo como tendo um "histórico significativo" de interacções com as autoridades relacionadas com saúde mental. Afirmaram que não havia evidências de terrorismo.

"Este é o dia mais sombrio da história da nossa cidade", disse o chefe de polícia interino de Vancouver, Steve Rai, aos repórteres numa conferência de imprensa no domingo.

A polícia informou que duas dúzias de pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave, e alertou que o número de mortos pode aumentar nos próximos dias e semanas. Até a tarde de domingo, Rai disse não acreditar que houvesse qualquer ameaça contínua à comunidade.

Mais de 100 polícias juntaram-se à investigação, enquanto autoridades locais trabalharam com autoridades provinciais e federais para fornecer serviços de apoio. Mensagens de condolências e apoio chegaram do mundo todo.

"A comunidade sentirá isso por muito tempo", disse RJ Aquino, presidente do grupo de defesa comunitária Filipino BC, aos repórteres. "Queremos dizer a todos que estamos de luto. Queremos dizer a todos que vemos e ouvimos o apoio do mundo todo neste momento".

O ataque na noite de sábado ocorreu dois dias antes das eleições federais do Canadá de segunda-feira.

O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, interrompeu a sua campanha e viajou para Vancouver no domingo, onde se ajoelhou diante de velas e flores depositadas no local do acidente para prestar homenagem às vítimas. Ele também foi a uma igreja, acendeu uma vela e observou um minuto de silêncio.

Carney divulgou anteriormente uma declaração na qual expressou as suas condolências à comunidade filipina do país.

"Ontem à noite, famílias perderam uma irmã, um irmão, uma mãe, um pai, um filho ou uma filha. Essas famílias estão a viver o pesadelo de qualquer família", disse ele a repórteres em Hamilton, Ontário.

"Junto-me a todos os canadianos em luto com vocês. Sei que os canadianos estão unidos a vocês", disse ele.

Texto integral em inglês: nL1N3R5013