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Trump e Zelenskiy entram em choque novamente e EUA alertam que podem abandonar negociações

Reuters23 de abr de 2025 às 19:16

Por Doina Chiacu e Elizabeth Piper e John Irish

- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy entraram em confronto novamente nesta quarta-feira sobre os esforços para acabar com a guerra de três anos na Ucrânia, com o líder norte-americano repreendendo Zelenskiy por se recusar a reconhecer a ocupação da Crimeia pela Rússia.

O vice-presidente de Trump, JD Vance, disse que era hora de a Rússia e a Ucrânia concordarem com uma proposta de paz dos EUA "ou os Estados Unidos se afastarem do processo", ecoando um alerta de Trump na semana passada.

Vance disse a jornalistas, na Índia, que a proposta pede o congelamento das linhas territoriais "em algum nível próximo de onde estão hoje" e um "acordo diplomático de longo prazo que, espera-se, levará à paz de longo prazo".

"A única maneira de realmente parar a matança é que os Exércitos deponham suas armas e congelem essa coisa", disse ele.

Um ex-funcionário ocidental familiarizado com a proposta dos EUA disse que ela também prevê o reconhecimento da anexação da Crimeia pela Rússia.

O chefe de gabinete de Zelenskiy, Andriy Yermak, afirmou em uma publicação no X nesta quarta-feira que enfatizou aos EUA, em Londres, que a Ucrânia "permanecerá firme em seus princípios fundamentais durante as negociações" relacionadas à soberania e integridade territorial.

Zelenskiy reiterou na terça-feira que a Ucrânia não vai reconhecer a anexação da Crimeia pela Rússia, dizendo: "Não há nada a discutir aqui. Isso é contra a nossa Constituição."

Trump, que discutiu com Zelenskiy em uma reunião televisionada no Salão Oval em março, classificou a declaração como inflamatória que tornou um acordo de paz mais difícil de ser alcançado.

O presidente dos EUA disse que a Crimeia foi perdida anos atrás "e nem é um ponto de discussão".

"Ninguém está pedindo a Zelenskiy que reconheça a Crimeia como território russo, mas, se ele quer a Crimeia, por que não lutaram por ela onze anos atrás, quando ela foi entregue à Rússia sem que um tiro fosse disparado?", escreveu Trump no Truth Social.

Combatentes russos tomaram o controle da península da Crimeia em 2014, ação condenada internacionalmente. Poucos países reconhecem a reivindicação russa à Crimeia.

Trump repreendeu o líder ucraniano e disse que os EUA estavam tentando impedir a matança em seu país e que eles estavam "muito perto de um acordo" de paz.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro, Trump alterou drasticamente a abordagem dos EUA, pressionando a Ucrânia a concordar com um cessar-fogo e, ao mesmo tempo, flexibilizando muitas medidas tomadas pelo governo Biden para punir a Rússia pela invasão em grande escala de seu vizinho em 2022.

O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse após as negociações desta quarta-feira que Kiev está comprometida em trabalhar com os EUA para alcançar a paz.

VIAGEM CANCELADA

Mais cedo, autoridades americanas, ucranianas e europeias se reuniram em Londres para negociações de paz com o objetivo de pôr fim à guerra de três anos. O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, cancelou sua viagem para lá, levantando dúvidas sobre o progresso que estava sendo feito.

A ausência de Rubio motivou o cancelamento de uma reunião mais ampla com ministros das Relações Exteriores da Ucrânia, Reino Unido, França e Alemanha, ressaltando as divergências entre Washington, Kiev e seus aliados europeus sobre como pôr fim à guerra.

Trump alertou que Washington pode recuar caso não haja progresso em um acordo em breve. Ele aumentou a pressão no domingo, quando disse esperar que Moscou e Kiev cheguem a um acordo nesta semana para encerrar o conflito.

No centro das negociações desta quarta-feira estava uma tentativa de estabelecer o que Kiev poderia aceitar, após o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, apresentar propostas em uma sessão semelhante em Paris na semana passada.

Segundo três diplomatas, as propostas parecem exigir mais concessões da Ucrânia do que da Rússia.

Um porta-voz do primeiro-ministro britânico Keir Starmer minimizou qualquer decepção com o cancelamento abrupto de Rubio e disse que as negociações envolveram "reuniões técnicas substanciais com autoridades europeias, americanas e ucranianas sobre como interromper os conflitos".

"Continuamos absolutamente comprometidos em garantir uma paz justa e duradoura na Ucrânia e essas negociações de hoje são uma parte importante disso", disse o porta-voz.

Uma autoridade próxima às negociações disse que havia progresso.

(Reportagem de John Irish em Paris, Elizabeth Piper, Daphne Psaledakis e Tom Balmforth em Londres; reportagem adicional de Erin Banco, Jonathan Landay e Steve Holland em Washington e Yuliia Dysa, Anna Pruchnicka e Max Hunder em Kiev)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

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