Governo Trump busca registros de Harvard sobre financiamento e vínculos estrangeiros
Por Kanishka Singh
WASHINGTON, 18 Abr (Reuters) - O governo dos Estados Unidos disse nesta sexta-feira que buscou os registros da Universidade de Harvard sobre financiamento estrangeiro que remonta a uma década e sobre alguns laços estrangeiros, na mais recente escalada do governo de Donald Trump contra a instituição educacional.
O governo Trump lançou uma repressão contra as principais universidades dos EUA, incluindo Harvard, por causa de protestos pró-palestinos no campus e uma série de outras questões de guerra cultural, como direitos de transgêneros e programas de diversidade, equidade e inclusão.
Trump ameaçou suspender o financiamento federal a essas instituições por causa dessas questões. Os defensores dos direitos condenaram o que eles chamam de ataque à liberdade de expressão e à liberdade acadêmica.
A lei dos EUA exige que as universidades informem as doações de fontes estrangeiras que excedam US$250.000 em um ano.
Em uma carta ao presidente de Harvard, Alan Garber, o Departamento de Educação dos EUA disse que Harvard fez divulgações "incompletas e imprecisas" entre 2014 e 2019.
"A solicitação de registros de hoje é o primeiro passo do governo Trump para garantir que Harvard não esteja sendo manipulada por entidades estrangeiras, ou cumprindo ordens delas", disse a secretária de Educação, Linda McMahon, em um comunicado. A carta não citava nenhuma evidência de que isso estivesse acontecendo.
Harvard disse que tem apresentado esses relatórios há décadas "como parte de sua conformidade contínua com a lei".
"Como é exigido, os relatórios de Harvard incluem informações sobre presentes e contratos de fontes estrangeiras que excedam US$250 mil por ano", disse a universidade.
Entre as informações também solicitadas pela carta no prazo de 30 dias estão registros relacionados a estudantes estrangeiros expulsos há quase uma década, pesquisas realizadas por aqueles que foram expulsos e uma lista de pesquisadores visitantes, estudantes e professores de Harvard que são afiliados a governos estrangeiros.
(Reportagem de Kanishka Singh em Washington)
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS CMO
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