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Adesão de enviado de Trump às demandas russas preocupa republicanos e aliados dos EUA

Reuters11 de abr de 2025 às 23:34

Por Erin Banco e Gram Slattery e Humeyra Pamuk

- Menos de 48 horas depois de jantar com um negociador enviado pelo presidente russo, Vladimir Putin, em Washington na semana passada, Steve Witkoff, o enviado especial dos EUA que lidera as negociações com Moscou, sentou-se com o presidente Donald Trump na Casa Branca e transmitiu uma mensagem clara.

A maneira mais rápida de intermediar um cessar-fogo na Ucrânia, disse Witkoff, era apoiar uma estratégia que daria à Rússia a posse de quatro regiões do leste ucraniano que tentou anexar ilegalmente em 2022, disseram à Reuters duas autoridades norte-americanas e cinco pessoas familiarizadas com a situação.

Esse é um ponto que Witkoff já havia defendido anteriormente -- e publicamente em uma entrevista de podcast com a personalidade da mídia conservadora Tucker Carlson no mês passado --, mas que o governo ucraniano tem rejeitado repetidamente e que algumas autoridades norte-americanas e europeias descartam como uma demanda russa maximalista.

Na reunião com Trump, o general Keith Kellogg, enviado do presidente para a Ucrânia, rebateu Witkoff, dizendo que a Ucrânia, embora disposta a negociar alguns termos relacionados aos territórios disputados, jamais concordaria em ceder unilateralmente a posse total desses territórios à Rússia, disseram duas das fontes.

A reunião terminou sem que Trump tomasse uma decisão de mudar a estratégia dos EUA. Witkoff viajou para a Rússia nesta sexta-feira para se encontrar com Putin.

As autoridades do governo Trump estão cada vez mais em desacordo sobre como romper o impasse entre a Ucrânia e a Rússia, com Witkoff e Kellogg -- que favorece um apoio mais direto à Ucrânia -- discordando sobre o melhor caminho a seguir, de acordo com autoridades norte-americanas e pessoas familiarizadas com o assunto e quatro diplomatas ocidentais que estão em contato com autoridades do governo.

O gabinete de Witkoff, o Conselho de Segurança Nacional, o Departamento de Estado, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia e a Embaixada da Rússia em Washington não responderam aos pedidos de comentários.

Em uma ruptura com os procedimentos normais de segurança, Witkoff convidou Kirill Dmitriev, o enviado russo que está sob sanções dos EUA após a invasão da Rússia, para jantar em sua residência pessoal antes da reunião na Casa Branca.

Isso disparou o alarme dentro da Casa Branca e do Departamento de Estado, de acordo com duas pessoas familiarizadas com a situação. Autoridades norte-americanas evitam receber em suas casas autoridades da Rússia -- que possui recursos sofisticados de inteligência.

O jantar foi remarcado e, em vez disso, foi realizado na Casa Branca.

Witkoff, um velho amigo de Trump que ajudou a garantir vitórias diplomáticas importantes para o presidente, conseguiu algum apoio dos céticos do Partido Republicano em relação à Ucrânia, mas suas propostas provocaram indignação entre outros republicanos que acreditam que o governo se voltou de forma muito acentuada para Moscou.

Alguns republicanos no Congresso ficaram tão preocupados com a aparente postura pró-Rússia de Witkoff na entrevista com Carlson que vários deles ligaram para o conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, e para o secretário de Estado, Marco Rubio, para reclamar, de acordo com uma pessoa familiarizada com as ligações.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump alterou a política externa dos EUA, pressionando a Ucrânia a concordar com um cessar-fogo e, ao mesmo tempo, flexibilizando muitas das medidas que o governo Biden havia adotado para punir a Rússia pela invasão em grande escala de seu vizinho em 2022.

Algumas autoridades norte-americanas e europeias temem que, à medida que Witkoff segue a estratégia de Trump, os russos estejam tirando proveito de sua falta de experiência na mesa de negociações, de acordo com as duas autoridades norte-americanas e mais de uma dúzia de outras pessoas familiarizadas com as deliberações internas do governo, incluindo diplomatas ocidentais.

"Witkoff precisa sair, e Rubio precisa tomar seu lugar", dizia uma carta de 26 de março de Eric Levine, um importante doador republicano. A carta, enviada a um grupo que inclui doadores republicanos e vista pela Reuters, foi escrita após a entrevista a Carlson e uma aparição na Fox News, e criticava Witkoff por elogiar Putin.

Trump tem dito repetidamente que deseja intermediar um cessar-fogo na Ucrânia até maio, argumentando que os EUA devem encerrar um conflito que matou centenas de milhares de pessoas e que arrisca um confronto direto entre os EUA e a Rússia, com armas nucleares.

Mas dois acordos parciais de cessar-fogo -- um sobre a infraestrutura de energia e outro no Mar Negro -- foram interrompidos e o presidente ficou frustrado com a falta de progresso.

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS AC

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