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Cortes de Trump forçam cientistas a procurar empregos na Europa

Reuters11 de abr de 2025 às 13:56

Por Olivia Le Poidevin e Kate Abnett e Gloria Dickie

- David Die Dejean é apaixonado por estudar atum. No ano passado, ele conseguiu o emprego dos sonhos na National Oceanic and Atmospheric Administration, em Miami, para continuar sua pesquisa. Em janeiro, ele já estava instalado, tinha recebido uma boa avaliação e adorava trabalhar com seus colegas, segundo ele.

Então, em meados de fevereiro, ele recebeu um email para deixar o local em 90 minutos.

Ele e centenas de outros foram dispensados em cortes de pessoal direcionados a trabalhadores em estágio probatório, uma vez que o novo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a reduzir o financiamento para universidades e órgãos de pesquisa.

Agora Die Dejean está se candidatando a vagas na Europa.

"Quero trabalhar onde quer que me permitam fazer a pesquisa", disse o cientista, que estuda os estoques de peixes para garantir que o atum esteja sendo pescado de forma sustentável.

"Estou esperando ansiosamente por algumas das coisas que estão vindo da União Europeia... aumentando as oportunidades para cientistas como eu voltarem", afirmou Die Dejean, que nasceu na Espanha, mas passou a maior parte de sua carreira nos EUA e na Austrália.

O governo de Trump afirma que bilhões de dólares em cortes são necessários para reduzir o déficit federal e controlar a dívida dos EUA.

Seus cortes em pesquisa ocorrem em meio a um confronto mais amplo em que Trump criticou as universidades como discriminatórias por suas políticas de diversidade e denunciou o que ele considera um fracasso de algumas instituições em proteger os estudantes judeus do antissemitismo.

A ameaça aos meios de subsistência dos acadêmicos em universidades como Yale, Columbia e Johns Hopkins deu aos líderes políticos da Europa a esperança de que poderiam colher frutos intelectuais.

Uma carta, vista pela Reuters, assinada em março por 13 países europeus, incluindo França, Alemanha e Espanha, pediu à Comissão da UE que aja rapidamente para atrair talentos acadêmicos.

O Conselho Europeu de Pesquisa, órgão da UE que financia o trabalho científico, disse à Reuters que dobraria o orçamento de realocação para financiar pesquisadores que se mudam para a UE para 2 milhões de euros por candidato. Esse valor é destinado a cobrir o custo da mudança para uma instituição europeia, o que pode envolver a instalação de um laboratório.

Na Alemanha, como parte das negociações de coalizão para um novo governo, os conservadores e os social-democratas elaboraram planos para atrair até 1.000 pesquisadores, de acordo com documentos de negociação de março vistos pela Reuters, que fazem alusão à agitação no ensino superior dos EUA.

A Reuters conversou com 13 universidades e institutos de pesquisa europeus que relataram ter observado um aumento no número de funcionários baseados nos EUA que estão pensando em cruzar o Atlântico, além de meia dúzia de acadêmicos baseados nos EUA que estão pensando em se mudar para a Europa.

"A incerteza regulatória, os cortes de financiamento, as restrições à imigração e a diminuição da colaboração internacional criam uma tempestade perfeita para a fuga de cérebros", disse Gray McDowell, da Capgemini Invent, empresa de consultoria digital dos EUA.

Uma autoridade da Casa Branca afirmou que o governo está analisando as concessões de pesquisa e priorizando o financiamento para áreas com probabilidade de gerar retorno para os contribuintes "ou algum tipo de avanço científico significativo".

((Tradução Redação São Paulo))

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