UE suspende contra-medidas após adiamento de tarifas Trump

BRUXELAS/PEQUIM/WASHINGTON, 10 Abr (Reuters) - A UE vai suspender as suas primeiras contra-medidas contra as tarifas norte-americanas após o Presidente Donald Trump ter reduzido temporariamente as pesadas taxas que tinha acabado de impor a dezenas de países, disse, esta quinta-feira, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O bloco deveria lançar contra-tarifas em cerca de 21 mil milhões de euros (23,25 mil milhões de dólares) de importações dos Estados Unidos a partir da próxima terça-feira em resposta às tarifas de 25% de Trump sobre aço e alumínio. Ainda está a avaliar a forma de responder às tarifas norte-americanas sobre automóveis e às taxas mais amplas de 10% ainda em vigor.

"Queremos dar uma oportunidade às negociações", disse von der Leyen no X. "Enquanto finalizamos a adopção das contra-medidas da UE que tiveram um forte apoio dos nossos Estados-membros, vamos colocá-las em espera durante 90 dias".

A decisão repentina de Trump, na quarta-feira, de pausar a maior parte das suas pesadas novas taxas trouxe alívio para os abalados mercados globais e ansiosos líderes globais, mesmo numa altura em que ele intensificou uma guerra comercial com a China.

A sua reviravolta, que ocorreu menos de 24 horas após a entrada em vigor das novas tarifas, seguiu-se ao episódio mais intenso de volatilidade dos mercados financeiros desde os primeiros dias da pandemia de COVID-19.

Os índices bolsistas norte-americanos subiram com a notícia, tendo o alívio continuado nas negociações asiáticas e europeias desta quinta-feira.

Antes da reviravolta de Trump, a turbulência tinha apagado milhões de milhões de dólares dos mercados bolsistas e conduzido a um aumento inquietante das 'yields' das obrigações do Tesouro dos Estados Unidos que pareceu chamar a atenção do presidente norte-americano.

Trump manteve a pressão sobre a China, a segunda economia do mundo e o segundo maior fornecedor de importações dos Estados Unidos, com um aumento das tarifas sobre as importações chinesas para 125% do nível de 104% que entrou em vigor na quarta-feira.

Assinou também uma ordem executiva destinada a reduzir o controlo da China sobre a indústria naval mundial e a revitalizar a construção naval dos Estados Unidos.

(1 dólar = 0,9031 euros)

TExto integral em inglês: nL2N3QO02Y

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