Trump ameaça impor tarifas sobre petróleo russo se Moscou impedir acordo com Ucrânia

Por Andrea Shalal

WEST PALM BEACH, 30 Mar (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo que está "irritado" com o presidente russo, Vladimir Putin, e que vai impor tarifas secundárias de 25% a 50% aos compradores de petróleo russo se sentir que Moscou está bloqueando seus esforços para acabar com a guerra na Ucrânia.

Trump disse à NBC News que ficou muito bravo depois que Putin criticou na semana passada a credibilidade da liderança do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, noticiou a NBC News neste domingo, mencionando uma entrevista por telefone.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump adotou uma postura mais conciliatória em relação à Rússia, o que deixou os aliados ocidentais cautelosos enquanto ele tenta intermediar o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já dura três anos.

Seus comentários contundentes sobre Putin neste domingo refletem sua crescente frustração com a falta de progresso em um cessar-fogo.

"Se a Rússia e eu não conseguirmos fazer um acordo para parar o derramamento de sangue na Ucrânia, e se eu achar que foi culpa da Rússia... vou impor tarifas secundárias sobre o petróleo, sobre todo o petróleo vindo da Rússia", disse Trump.

"Isso significaria que, se você comprar petróleo da Rússia, não poderá fazer negócios nos Estados Unidos", disse Trump. "Haverá uma tarifa de 25% sobre todo o petróleo, uma tarifa de 25 a 50 pontos sobre todo o petróleo."

Trump afirmou que poderia impor as novas medidas comerciais dentro de um mês.

Não houve reação imediata de Moscou. A Rússia tem chamado as várias sanções e restrições ocidentais de "ilegais" e afirmado que elas eram destinadas a permitir que o Ocidente tirasse vantagem econômica em sua rivalidade com a Rússia.

Trump, que passou o fim de semana em sua propriedade em Palm Beach, Flórida, disse à NBC News que planeja falar com Putin esta semana. Os dois líderes tiveram duas chamadas telefônicas anunciadas publicamente nos últimos meses, mas podem ter tido mais contatos, disse o Kremlin em um vídeo divulgado na semana passada.

A Casa Branca não fez comentários imediatos sobre quando a ligação ocorreria ou se Trump também conversaria com Zelenskiy.

Trump tem se concentrado em acabar com o que ele chama de uma guerra "ridícula", que começou com a invasão da Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022, mas tem tido pouco progresso.

Na sexta-feira, Putin sugeriu que a Ucrânia poderia ser colocada sob uma forma de governo temporário para permitir novas eleições que poderiam derrubar Zelenskiy.

O próprio Trump também pediu novas eleições na Ucrânia e já chamou Zelenskiy de ditador.

(Por Andrea Shalal; reportagem adicional de Jarrett Renshaw na Filadélfia e da redação de Moscou)

((Tradução Redação São Paulo))

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