NOVA IORQUE, 20 Mar - Soldados ucranianos em Kursk perderam terreno nos últimos dias, mas não estão cercados por forças russas, ao contrário dos comentários recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, e do presidente russo, Vladimir Putin, de acordo com três autoridades dos EUA e da Europa familiarizadas com as avaliações de inteligência dos seus governos. Agências de inteligência dos EUA, incluíndo a CIA, compartilharam essa avaliação com a Casa Branca na semana passada, disseram um responsável dos EUA e outra pessoa familiarizada com o assunto. No entanto, Trump continuou a alegar que as tropas ucranianas estão cercadas na região de Kursk, no oeste da Rússia.
As avaliações de inteligência dos EUA e da Europa mostram que as tropas ucranianas enfrentaram intensa pressão das forças russas, mas não estão completamente cercadas, disseram as autoridades.
Trump disse que espera pôr fim rápido à guerra da Rússia na Ucrânia. Especialistas descreveram uma alegação de Putin a 13 de março de que as forças ucranianas em Kursk foram isoladas e, em última análise, precisariam de “render-se ou morrer” como desinformação destinada a mostrar que a Rússia está a oferecer concessões ao salvar as vidas de soldados ucranianos, dando a Putin vantagem nas negociações de cessar-fogo.
Num post nas redes sociais a 14 de março, Trump disse que pediu ao presidente russo para poupar as vidas de milhares de ucranianos que ele disse estarem "completamente cercados" e vulneráveis. Putin disse que faria isso se eles se rendessem. Trump repetiu a alegação sobre forças ucranianas "cercadas" durante um discurso no Kennedy Center de Washington na segunda-feira e numa entrevista à Fox News na terça-feira.
O Conselho de Segurança Nacional dos EUA não respondeu directamente às perguntas sobre as avaliações de inteligência, mas encaminhou a Reuters para uma declaração conjunta do Secretário de Estado Marco Rubio e do Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz que mencionou a ligação de Trump com Zelenskiy na quarta-feira e como os dois líderes concordaram em continuar a compartilhar inteligência sobre Kursk.
A Casa Branca, a CIA e o Gabinete do Director de Inteligência Nacional recusaram comentar. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy negou que as forças ucranianas estejam cercadas e disse que Putin estava a mentir sobre a realidade no local. O líder ucraniano reconheceu que os seus militares estão numa posição difícil em Kursk e que espera ataques contínuos da Rússia enquanto ela tenta expulsar as forças ucranianas da região.
Texto integral em inglês: nL6N3Q20S4