EXCLUSIVO-Citigroup planeja cortar contratados de TI e contratar funcionários para melhorar os controles

Por Elisa Martinuzzi e Tatiana Bautzer

LONDRES/NOVA YORK, 13 Mar (Reuters) - O Citigroup CN planeja reduzir drasticamente sua dependência de contratantes de tecnologia da informação e contratar milhares de funcionários para TI enquanto o credor lida com punições regulatórias sobre governança de dados e controles deficientes.

O chefe de tecnologia do Citigroup, Tim Ryan, disse à equipe nas últimas semanas que o banco pretende reduzir os contratados externos para 20% dos que trabalham em TI, dos atuais 50%, de acordo com uma apresentação interna aos funcionários vista pela Reuters. O briefing não deu um horizonte de tempo preciso para as mudanças.

Como parte da reformulação, o Citi renovará suas fileiras contratando mais funcionários e pretende ter 50.000 funcionários em tecnologia, ante 48.000 em 2024, mostrou a apresentação.

"O Citi está expandindo nossos recursos tecnológicos internos para dar suporte à nossa estratégia de melhorar a segurança e a solidez, permitir o crescimento da receita e impulsionar a eficiência", disse o Citi em um comunicado à Reuters.

Os detalhes mais recentes da reformulação de TI, relatados aqui pela primeira vez, mostram como o Citi está tentando atender às demandas regulatórias para que o banco melhore a gestão de riscos e a governança de dados.

Ryan ingressou no Citi vindo da PwC em junho do ano passado, poucas semanas antes de o banco ser multado em US$ 136 milhões (link) pelos reguladores por fazerem progresso insuficiente em problemas de longa data de gerenciamento de dados.

O diretor financeiro Mark Mason disse em janeiro que o Citi está investindo mais para resolver seus problemas de dados. O credor cortou sua meta de lucratividade observada de perto para 2026, enquanto enfrenta o aumento das despesas regulatórias.

Em um exemplo de seus desafios de TI, o credor mencionou um "evento de fraude recente" de US$ 22,9 milhões relacionado ao trabalho de contratados externos, mostrou a apresentação.

Os US$ 22,9 milhões também incluíam trabalho legítimo, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto que se recusou a especificar o valor. A pessoa pediu anonimato para discutir o assunto publicamente.

Embora pequena para um banco que faturou US$ 12,7 bilhões em 2024, a fraude é outra indicação da escala dos obstáculos do Citi, que busca reduzir sua dependência de trabalhadores externos.

"Nos raros casos em que detectamos qualquer atividade fraudulenta, seja interna ou de um fornecedor, tomamos medidas imediatas para responsabilizar os responsáveis por suas ações", disse o Citi.

O Citi alertou alguns funcionários (link) em setembro sobre fraude e comportamento antiético e disse que estava considerando uma fiscalização mais rigorosa dos contratantes.

O credor poderia cortar o número atual de fornecedores externos de 144 para 50, mostra o briefing, e o banco planeja, ao longo do tempo, aumentar a porcentagem de trabalhadores em locais de custo mais alto. Locais que ele considera de alto custo incluem Nova Jersey, Nova York e Irving, EUA, enquanto identifica como locais de baixo custo, como Chennai, Índia, Belfast, Reino Unido, e Varsóvia, Polônia.

"Parece ser mais um passo na reconfiguração de seus sistemas para consertar problemas de longa data. Eles estão melhores do que eram há uma década, mas ainda precisam melhorar", disse Mike Mayo, analista bancário do Wells Fargo.

As ações do Citigroup caíram 0,7% no pregão da tarde de quinta-feira, enquanto o S&P500 caiu 1,1%. As ações do banco acumulam uma perda de 4,4% neste ano.

O banco também planeja mover a equipe de TI que atualmente trabalha em Rutherford, Nova Jersey, para um local consolidado em Jersey City no ano que vem. Não haverá operações de tecnologia em Rutherford, embora o banco mantenha outras equipes lá.